segunda-feira, junho 25, 2007

Mistérios Gozosos

Uma coisa especial ocorre com a mulher depois que ama. Reparem, estou dizendo: depois que ama. Não estou me referindo a ela enquanto está no acto do amor. Disto se pode falar também, e a literatura a partir do romantismo e depois o cinema, modernamente, já tentaram de várias formas simular na relação amorosa como a mulher suspira, se contorce, desliza as mãos e entreabre a boca do corpo e da alma. Mas, quando digo "depois que ama", refiro-me ao estado de graça que a envolve após o gozo ou gozos, e que perdura horas e horas e às vezes dias.Fica macia que nem gata aos pés do dono. Mais que gata, uma pantera doce e íntima. Sua alma fica lisinha, sem qualquer ruga. A vida não transcorre mais a contrapelo, desliza... Ela tem vontade de conversar com as flores, com os pássaros, com o vento. Sobretudo, descobre outro ritmo em sua carne. É tempo do adágio, de calma e fruição. Neste período, aliás, o tempo pára. Em estado de graça ela se desinteressa do calendário. O quotidiano já não a oprime. É a hora de uma ociosidade amorosa. O facto é que a mulher nessa atmosfera sai do trivial, se agiliza e glorificada, pervaga pela casa.
O homem, animal desatento, às vezes não se dá conta. Em geral, nunca se dá conta.Ou dá-se conta nos primeiros minutos após o acto de amor, e depois se deixa levar pela trivialidade, deixando-a solitária em sua felicidade clandestina. Na verdade, ela sobrepaira ao tempo, está adejando em torno do amado, que deveria suspender tudo para sentir desenhar-se em torno de si esse ballet de ternura. Deveria o homem avisar ao escritório: hoje não posso ir, estou assistindo à reverberação do amor naquela que amo.
E como isto se assemelha à floração rara de certas plantas. Os amados deveriam interromper tudo: seus negócios e almoços e ficarem ali, prostrados, diante da que celebra nela o que ele ajudou a deslanchar.
Já vi algumas mulheres assim. Era capaz de pressentir a 115 m que elas estavam levitando de tanto amor que seus amados nelas desataram.
Há uma coisa grave na mulher que foi ao clímax de si mesma. Que não esteja distraído o parceiro ou parceira. Ela tem mesmo um perfume diverso das demais. É um cio diferente. É quando a mulher descerra em si o que tem de visceralmente fêmea, tranquila que, mais que possuída, possui algo que atingiu raramente. As outras mulheres percebem isto e a invejam. Os machos farejam e se perturbam.
É como se estivessem num patamar seguro a se contemplar. É quase parecido a quando a mulher vive a maternidade. Mas aqui é ainda diferente, porque na maternidade existe algo concreto se movimentando dentro dela. Contudo, nessa atmosfera que se segue a uma epifânica sessão de amor, diverso, porque ela está acariciando uma imponderável felicidade.
Estou falando de uma coisa que os homens não experimentam assim. O gozo masculino é mais pontual e parece se exaurir pouco depois do próprio ato. Só os escolhidos, os de alma feminina, vez por outra, o sentem prolongar-se dentro de si. Mas em geral, é diferente. Terminado o ato, uns até rolam para o lado e dormem como se tivessem tirado um fardo do ombro, outros acendem o cigarro, vestem suas ansiedades e voltam ao trabalho.
É constatável, no entanto, que o homem apaixonado também transmite força, alegria, energia. Ele oscila entre Alexandre o Grande e o artista que chegou ao sucesso.! Também brilha. Mas é diferente. E não é disto que estou falando, senão do gozo feminino que não se esgota no gozo e se derrama em gestos e atenções por horas e dias a fio.
Freud andou várias vezes errando sobre as mulheres e, por exemplo, colocou equivocadamente aquela questão de que a mulher teria inveja do homem por ser este um animal fálico. Convenhamos: inveja têm (ou deveriam ter) os homens quando prestam atenção no fenómeno que ocorre com as mulheres, que ao serem amadas atingem o luminoso êxtase de si mesmas, como se tivessem rompido uma escala de medição trivial para lá da barreira dos gemidos e amorosos alaridos.
É isso: quando a mulher foi amada e bem amada, ela ingressa nessa atmosfera sagrada, cuja descrição se aproxima daquilo que as santas estáticas descreveram.
Uma aura de mistérios as envolve.
E isso, por não ser muito trivial, por não ser nada profano, talvez se assemelhe aos mistérios gozosos de que muitos místicos falaram.

Affonso Romano de Sant'Anna
http://www.releituras.com/arsant_bio.asp

sábado, junho 23, 2007

MULHERES....

"Certo dia parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espias. Espias de Deus, disfarçadas entre nós.
Pare para reflectir sobre o sexto-sentido.
Alguém duvida de que ele exista?E como explicar que ela saiba exactamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você?E quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra São Paulo. Só meia-hora de voo. Ela fala pra você levar um casaco, porque "vai fazer frio". Você não leva. O que acontece?O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de descolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!"Leve um sapato extra na mala, querido.Vai que você pisa numa poça..."Se você não levar o "sapato extra", meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro. Pois o seu estará, sem dúvida, molhado...
O sexto-sentido não faz sentido!
É a comunicação directa com Deus!
Assim é muito fácil...As mulheres são mães!E preparam, literalmente, gente dentro de si.
Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?E não satisfeitas em ensinar a vida elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral.
Fala-se em "praga de mãe", "amor de mãe", "coração de mãe"...
Tudo isso é meio mágico...Talvez Ele tenha instalado o dispositivo "coração de mãe" nos "anjos da guarda" de Seus filhos (que, aliás, foram criados à Sua imagem e semelhança).
As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravazam?
Homens também choram, mas é um choro diferente.
As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens...
É choro feminino. É choro de mulher...
Já viram como as mulheres conversam com os olhos?Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar. Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar. E apontam uma terceira pessoa com outro olhar.
Quantos tipos de olhar existem? Elas conhecem todos... Parece que frequentam escolas diferentes das que frequentam os homens! E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.
EN-FEI-TI-ÇAM !
E tem mais! No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas?Para estudar os homens, é claro! Embora algumas disfarcem e estudem Exactas...
Nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara. Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era "um continente obscuro".
Quer evidência maior do que essa? Qualquer um que ama se aproxima de Deus.E com as mulheres também é assim. O amor as leva para perto d'Ele, já que Ele é o próprio amor. Por isso dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas. É sabido que as mulheres confundem sexo e amor. E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida. Pena que eles nunca verão as mulheres-anjos que têm ao lado. Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo.
Mas elas são anjos depois do sexo-amor. É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos. E levitam. Algumas até voam.
Mas os homens não sabem disso. E nem poderiam.
Porque são tomados por um encantamento que os faz dormir nessa hora."

Luís Fernando Veríssimo

....felizmente, nem todos....obrigada, PH por estares atento...

sexta-feira, junho 22, 2007

Nasceste antes de 1986...?????????

Para os nascidos antes de 1986...
De acordo com os reguladores e burocratas de hoje,
Todos nós que nascemos nos anos 50, 60, 70 e princípios de 80, não devíamos ter
sobrevivido até hoje!!!
Porque as nossas caminhas de bebé eram pintadas com cores bonitas, em tinta à base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos.
Não tínhamos frascos de medicamentos com tampas "à prova de crianças", ou
fechos nos armários e podíamos brincar com as panelas.
Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes.
Quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos e airbags,
Viajar á frente era um bónus.
Bebíamos água da mangueira do jardim e não da garrafa e sabia bem.
Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com açúcar, mas
Nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora.
Partilhávamos garrafas e copos com os amigos e nunca morremos disso.
Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande
velocidade pelo monte abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos
de montar uns travões. Depois de acabarmos num silvado aprendíamos !!!
Saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em
casa antes de escurecer.
Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso.
Não tínhamos PlayStation, X Box.
Nada de 40 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, telemóveis,
computadores, DVD, chat na Internet.
Tínhamos amigos - se os quiséssemos encontrar íamos á rua.
Jogávamos ao elástico e à barra e a bola... até doía!
Caíamos das árvores, cortávamo-nos, e até partíamos ossos mas sempre sem
processos em tribunal.
Havia lutas com punhos mas sem sermos processados. Batíamos ás portas de
vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados.
Íamos a pé para casa dos amigos.
Acreditem ou não íamos a pé para a escola!
Não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem.
Criávamos jogos com paus e bolas.
Se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem. Eles estavam do lado da lei.
Esta geração produziu os melhores inventores e desenrascados de sempre.
Os últimos 50 anos têm sido uma explosão de inovação e ideias novas.
Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a
lidar com tudo.
És um deles?

PARABÉNS!!!

Passa esta mensagem a outros que tiveram a sorte de crescer como verdadeiras
crianças, antes dos advogados e governos regularem as nossas vidas, "para
Nosso bem".

Para todos os outros que não têm idade suficiente pensei que gostassem de
ler acerca de nós.

Isto, meus amigos é surpreendentemente medonho... E talvez ponha um sorriso
nos vossos lábios.*
*A maioria dos estudantes que estão hoje nas universidades nasceu em 1986. *

Chamam-se jovens.
Nunca ouviram "we are the World" e uptown girl conhecem de westlife e não de
Billy Joel.
Nunca ouviram falar de Rick Astley, Banarama ou Belinda Carlisle.
Para eles sempre houve uma Alemanha e um Vietname.
A SIDA sempre existiu.
Os CD's sempre existiram.
O Michael Jackson sempre foi branco.
Para eles o John Travolta sempre foi Redondo e não conseguem imaginar que
Aquele gordo fosse um dia um deus da dança.
Acreditam que Missão impossível e Anjos de Charlie são filmes do ano
Passado.
Não conseguem imaginar a vida sem computadores.
Não acreditam que houve televisão a preto e branco.

Agora vamos ver se estamos a ficar velhos:

1. Entendes o que está escrito acima e sorris.

2. Precisas de dormir mais depois de uma noitada.

3. Os teus amigos estão casados ou a casar.

4. Surpreende-te ver crianças tão á vontade com computadores.

5. Abanas a cabeça ao ver adolescentes com telemóveis.

6. Lembras-te da Helena (a primeira vez).

7. Encontras amigos e falas dos bons velhos tempos.

8. Vais encaminhar este post para outros amigos porque achas que vão
gostar.

SIM, ESTÁS A FICAR VELH@...
heheheh , mas tivemos uma infância baril !!!!!!!!!!!

domingo, junho 17, 2007

MANDALAS... Janelas para a alma...

MANDALAS
Símbolos do psiquismo humano, as mandalas têm o poder de nos levar à introspecção e nos colocar em contato com os níveis mais profundos da nossa consciência.

... Mandalas são, portanto, todas as formas que nos permitem penetrar no jogo das vibrações que constituem o universo. São portas quânticas para outros níveis de consciência, verdadeiras bases de lançamento de nossas naves Enterprises, no seio das quais viajamos a lugares onde nenhum homem jamais esteve.
As mandalas selam o sacramento de nossa união com o cosmos. São veículos para o religamento de nossa consciência com a fonte absoluta de onde provimos. Na tradição tibetana, são guias imaginários e provisórios da alma; orientam-nos em nossa prática meditativa e transmitem o equilíbrio com que se distribui a essência divina, cuja ubiqüidade jamais permite que a capturemos em nossas mãos.

Extracto do texto de Paulo Urban, médico psiquiatra, acupunturista e terapeuta junguiano.

sábado, junho 16, 2007

ONTEM....DIA DA DOR...........

Dia 15 de Junho...Dia mundial da dor crónica.
Em Portugal, a dor crónica afecta 1,5 milhão de pessoas.
Para quem eventualmente desconheça, a dor crónica é continua e não tem cura.
Imaginem num país tão pequeno como o nosso, 1,5 milhão de pessoas tem dor a cada segundo, cada minuto, cada hora, 24 horas por dia, 7 dias por semana..... sempre com dor enquanto cá estão.
Peço-vos um minuto de silêncio e reflexão ao findar da leitura desta mensagem.
Um minuto de silêncio em sinal de respeito pelos que sofrem a cada instante das suas vidas e muitos há que pela necessidade económica tem de fazer as suas tarefas diárias em casa e no trabalho, injuriados, criticados, rejeitados pelo seu semelhante, quer seja quem compartilhe o tecto e a mesa, ou na rua o desconhecido, a incompreensão pela lentidão ao atravessar uma rua, até porque nem todos são idosos e não trazem um cartaz pendurado a anunciar a doença que não é visível.
No trabalho, a cada instante além de ter dor, é insultado, mesmo que em silêncio, com risinhos e olhares trocados pela incompreensão, sobretudo pela ausência de respeito para com o próximo.

"TODO O MUNDO É CAPAZ DE SUPORTAR UMA DOR, COM EXCEPÇÃO DE QUEM A SENTE!" William Shakespeare

Ontem, dia da dor... não fui capaz d colocar este post k m enviou como muitos, o sempre atento meu amigo José Mário. Obrigada JM, mas houve dores que despertaram em mim...

Apetece perguntar... "Where is Mr Prace??"
O Willy, sempre acabamos por o descobrir!!!!

Ai, ai... a dor impede-me de continuar a queixar-me... Fiquem bem.

domingo, junho 10, 2007

PROBLEMAS (POUCO) FAMILIARES

Autor(a): Lúcia Azevedo, Analista Junguiana pela SBPA.
*Artigo publicado na Revista Junguiana 11 (edição esgotada)
Sumário:
A partir da análise de uma breve retrospectiva histórica, a autora estuda a configuração da família, identificando o arquétipo do Pai como seu regente e referindo-se especialmente ao mitologema dos Pais Devoradores. Identifica o eixo do Poder como o que define as polaridades desta constelação, o que leva a considerar a necessidade de re-valorizar o feminino e a criança como dimensões destas polaridades, além de uma reavaliação do papel de pai. É feita uma discussão da questão do poder para a mulher, tanto em termos sociológicos quanto mitológicos. Constata-se que psicologia tradicional, baseada na estrutura familiar patriarcal, não pode mais dar conta das modificações na família atual e das mudanças nos papéis do homem e da mulher nesta família.Uma discussão destas dificuldades leva à conclusão de que no momento qualquer tentativa de normatizar sobre a família, casamento ou desenvolvimento infantil que se apóie em configurações fixas ou teorias construídas "a priori" leva a um redutivismo e a um fechamento da consciência possível sobre a cena atual.

A LER QUANDO TIVER TEMPO!!!!!!!! para reflectir sobre o assunto....
Artigo (longo...mas bem interessante!!!!) sobre as transformações da família actual a suas conseqüências para a psicologia junguiana
Aqui ficam extractos para abrir o apetite..........

.... Com a dissolução deste modelo de família, é evidente que o papel que se torna mais complicado de se definir, tanto psicológica quanto socialmente, é o papel do pai. O que implica fatalmente na relação do homem com a sua anima e do homem com a mulher.
Mas vamos dar uma olhada à nossa volta, aqui em São Paulo mesmo, entre os conhecidos, e em nossos consultórios.
O que é a família que vemos? Aqui, uma mulher sozinha, vivendo com seus dois filhos, cada um de um pai diferente, com um companheiro que não vive com ela. Ali, um homem e uma mulher que vivem juntos, com filhos do primeiro casamento da mulher (os filhos do primeiro casamento dele vivem com a mãe, em outra casa), e os filhos dos dois. Lá uma mulher que vive com os pais, na mesma casa ou no mesmo prédio, com seus filhos do casamento desfeito. Mais adiante, um homem vivendo sozinho num "flat", sem saber direito o que fazer quando pega os filhos para ficarem com ele no fim de semana. Ou ainda, uma mulher sozinha com seu filho, a quem ela nem apresentou o pai. Ou um homem que voltou para a casa de seus pais, depois do divórcio. Ou um homem que vive com a segunda mulher e os filhos deste casamento, sendo que os filhos do primeiro não vivem com ele.
Quem é parente de quem? Quem pertence à "família" e quem não?....

.... as crianças estão tentando dar conta da situação de uma forma mais avançada do que muitos analistas. Para nós, ainda presos à teoria tradicional do desenvolvimento, essas imagens de família aparecem em negativo, como um não-ser: elas não são o que deviam, e ficamos de cabelo em pé tentando imaginar como é que vão acontecer os processos de identificação deles, como fica o tabu do incesto, como vai se estruturar o triângulo edípico, etc. Eles estão tentando comunicar a imagem em positivo – o que é, e não o que não está sendo. Uma criança cujos pais haviam se separado logo depois de seu nascimento, ao ser questionada sobre "como é duro quando os pais se separam", respondeu: "Não sei, meus pais já nasceram separados".

... o que é mais estável são as relações definidas pela moradia em comum – é só lembrar de como o "sentimento de família" foi surgindo a partir e junto com transformações na estrutura das casas. E dentre estas relações, de filiação e de moradia, a que tem se mostrado mais permanente é a relação mãe-filhos.

....Do ponto de vista da mulher, isto muitas vezes significa que ela acaba se esgotando, tentando ser tudo ao mesmo tempo, obedecendo – mais uma vez – a imposições patriarcais: "Seja bonita, sempre jovem, mãe adequada, esposa prendada, amante preciosa, tenha outros espaços de realização pessoal. Nem a mulher maravilha consegue! A não ser se esgotando na ambigüidade.

....Diz Rosiska de Oliveira: ' O ser ambíguo, a literatura psicanalítica informa sobre esse conceito, não se percebe como tal. Faz ou tenta fazer coexistir em si mesmo forças conflitivas, desejos que se anulam ou superpõem sem integração possível. Ele se desloca de um desejo a outro, de uma personalidade a outra, num esforço desesperado de não perder nada, de ser tudo ao mesmo tempo... as mulheres tentaram compatibilizar como puderam dois estilos de vida, dois registros intelectuais e afetivos, dois padrões de conduta cotidiana. A mensagem é dupla e contraditória: para ser respeitada, siga o padrão adulto universal, produza (pense, aja e trabalhe autonomamente como um homem). Mas para ser amada continue sendo mulher (emotiva, dependente, inconstante). Seja homem e seja mulher. As mulheres respondem às escolhas impossíveis pela não escolha e esgotam no exercício da ambigüidade a energia pessoal'"[21]

....Podemos dizer que para os homens a coisa também não é muito diferente.
Depois de uma separação, ainda muito identificados com o papel de filho, voltam para a casa dos pais, ou procuram nos "flats" o conforto perdido da comida pronta, cama feita e roupa lavada. Caem na farra, vivendo uma segunda adolescência. Sentem-se impotentes para brigar com a ex-mulher pela posse dos filhos, ou sequer cogitam isso, já que "está provado" que as crianças precisam mais de mãe, pelo menos enquanto são pequenas. Muitos rapidamente encontram outra mulher, em geral mais jovem, com quem "refazem o lar", e freqüentemente algum tempo depois se percebem, atônitos, enredados nas mesmas velhas questões e "brigas de casal". Perguntam-se o que estão fazendo de errado. Que respostas encontram? ",1]

...O homem precisa continuar a ser provedor, fálico, forte, competitivo, se quiser continuar a sobreviver no mercado de trabalho. Mas também precisa desenvolver seu "lado feminino", ser sensível, delicado, cortês, respeitar os ritmos da mulher, trocar as fraldas dos filhos, etc. Precisa aprender a brincar de casinha com a filha, mas também não pode deixar de levar o filho ao futebol...Também os homens se esgotam na tentativa de dar conta de tantas exigências, e acabam perplexos, se perguntando "mas, afinal, o que é que a mulher quer?" Boa pergunta.Vários autores concordam que parece que depende dessa resposta o "rumo que as coisas tomarão".

.....Gawain deu uma solução diferente: depois de se casar com a mulher horrível, esta lhe pede um beijo – e ele acede, o que faz com que ela se transforme numa linda mulher. (Não parece com a estória do príncipe – sapo ao contrário?) Mas o encanto ainda não está completamente quebrado; ela lhe explica que só pode ser bonita por parte do tempo – uma solução de "meio-período". Ele deveria escolher entre tê-la bonita à noite, na intimidade, ou durante o dia, em público. Mas ele não escolhe, diz que acatará a decisão dela. Com essa atitude, ao lhe dar a "soberania", o resto do encanto é quebrado e ela aparece bonita de dia e de noite, daí por diante. Para nosso gosto atual, a solução de Gawain parece bem melhor do que a dos índios Ona. Tem um sabor de "daí então eles viveram felizes para sempre".Mas será que isso é verdade para a mulher? Ainda me parece que essa resposta – que a mulher quer a "soberania sobre os homens" – tem muito a ver com o mito patriarcal, e com aquela figura feminina que foi constelada à sua sombra, por isso mesmo ameaçadora. Sem dúvida que num primeiro momento o homem deve enfrentar e relacionar-se com essa figura (a sua amima?). Assim como a mulher também precisa entrar em acordo com seu desejo de poder. Sobretudo se não quiser se esgotar na tal "ambigüidade", de querer poder tudo. E sob pena de se encontrar, daqui alguns anos, exausta, sozinha com um filho para o qual ela tentou ser pai e mãe, presa com ele numa rede de culpas e cobranças, na hora que ele quiser saber porque não conhece o pai. Mas já estamos vivendo numa época de crítica aos primeiros movimentos feministas, que buscavam o poder para a mulher: "Prisioneiros de uma lógica arcaica e com raízes profundas, segundo a qual há sempre um vencedor e um vencido, conseguir-se-á sair deste jogo que permite, no máximo, que se invertam as partes? Que sentido tem recusar a opressão de si mesmo pelo outro, para reivindicar o direito de oprimi-lo da mesma maneira e com os mesmos instrumentos?

....No entanto continua a pergunta: mas afinal, o que é que a mulher quer?

.... Gosto particularmente do que Whitmont diz, comentando a lenda do Graal, segundo ele o mito para nossa época, de transcendência da consciência patriarcal e recuperação dos valores femininos (do qual a lenda do rei Arthur e Gawain faz parte, como um dos rituais de iniciação antes do herói estar pronto para receber o cálice): " Na maioria das estórias do Graal, uma pergunta precisa ser feita para as águas fluírem novamente e a Terra Deserta ser redimida. Mas é significativo que enquanto a importância da pergunta é enfatizada muitas vezes, quando finalmente é feita não há nenhuma resposta; na verdade se passa por cima do assunto. (...) O que importa é a pergunta em si mesma- independente da resposta. (...) Aparentemente para nossa época, a vida exige ser vivida como em um Koan, como uma busca contínua. (...) ",1]

...Não é mais como no mito Édipo, em que o enigma é colocado para o homem. Nós não estamos mais na posição (pelo menos não apenas) de suportar sermos questionadas pela vida (a Esfinge)"

...Nós temos agora é que aprender a conviver com as perguntas.
Propor respostas , quaisquer que elas sejam, mesmo que as mais abertas possíveis, para as questões de como o casamento deve ser ( casamento de individuação?), de como a família deve ser, de como a "nova mulher" e o "novo homem" devem ser, equivale, nesse momento pelo menos, a fechar caminhos. E a psicologia junguiana pode ser tentadora como uma arma de normatização, na tal da "busca de totalidade".
Quantas vezes não rezamos para "o Self", aqui no lugar de Deus, para nos mandar uma resposta, um sonho, uma visão, qualquer coisa que nos liberte dessa angústia! Queremos totalidade, e na pressa a confundimos com unidade. Diz Hillman: "Queremos que opostos irreconciliáveis, que requerem funções transcendentes, graça e mágica sincronística, unam-se em síntese. (...)

....Resistir à tentação de normatizar deve ser nossa obrigação como analistas. Hillman de novo: "O psicólogo é obrigado a ser um fenomenólogo, a considerar as coisas da maneira como elas se manifestam, como autênticas e reais, e não afastar-se delas. Não vamos fazer associações que nos distanciem do sofrimento do cisma, nem amplificações que o desfigurem, mas permaneçamos, se os senhores concordarem, em sua presença"[30].

....Assim, nesse momento parece que a melhor coisa a fazer é permanecer na presença do conflito, suportar a dúvida, não tirar conclusões.
Se alguma vantagem levamos, homens, mulheres e crianças, de estarmos vivendo nessa indefinição, é a de podermos enveredar por inúmeros caminhos diferentes: abrir o panteão de deuses e deusas, enveredar por caminhos (arquetípicos) antigos ou novos – é a multiplicidade. ",1]
... Sem dúvida, hoje as perguntas são muito mais interessantes do que as respostas.

..................OXAlÁ TENHA ABERTO O APETITE PARA A LEITURA COMPLETA DESTE ARTIGO!!!!!!!!!!........... UM BOM DOMINGO EM FAMÍLIA!!!!!...SEJA ELA QUAL FOR!!!!!!

domingo, junho 03, 2007

TOMARA 2ª feira!!!!!!!!!!

Uhmmm.... ansiosa por 2ª feira....
Entretanto fiquemo-nos com a alegria de...

http://www.youtube.com/watch?v=YevYBsShxNs

THE SHOW MUST GO ON!!!!

sexta-feira, junho 01, 2007

DIA DA CRIANÇA!!!! Só este me faz rir!!!!

.....como é bom ouvir neste Dia da Criança...
as risadas deste bebé!!!

http://emuse.ebaumsworld.com/video/watch/6393

Divirtam-se com a sua alegria!!!

E tentem não rir com estes!!!!!!!!!LOOOOOOOLL!!!!!!!!!!

http://www.youtube.com/watch?v=earAK_OmJbs

terça-feira, maio 29, 2007

O SEGREDO (The Secret)

O Segredo é um dos maiores fenômenos editoriais do mercado americano. Em dois meses vendeu 4 milhões de exemplares e está há cinco semanas na lista do New York Times. O livro chegou às livrarias brasileiras pela Ediouro no dia 4 de maio. The secret – O segredo repete o sucesso do documentário de mesmo nome, que estreou no Brasil em 30 de março de 2007.

“Este livro mudou minha vida”, disse a apresentadora Oprah Winfrey, emocionada, ecoando em seu programa a sensação das milhares de pessoas que, já no Brasil, não apenas lêem The secret, mas reúnem-se para discuti-lo. De forma mais direta, o livro e o filme, torna mais acessíveis as discussões de outro documentário-sensação, What the bleep we know (Quem somos nós).

O filme reúne histórias reais e os testemunhos das pessoas que transformaram profundamente suas vidas. Seja na saúde, nas finanças, nos relacionamentos, na erradicação das doenças, superação de obstáculos e na conquista de coisas consideradas impossíveis.
Ao longo de séculos, existe um poder oculto e inexplorado, muito perto de nós, que poderá trazer alegria a cada aspecto da vida. Trata-se do Segredo, revelado nas páginas do livro e no filme de Rhonda Byrne, produtora australiana especializada em programas de variedades para rádio e tv.
Rhonda passou por momentos traumáticos em sua vida profissional e pessoal que a levaram a achar que os seus problemas não teriam mais solução. Até ter em mãos um pequeno livro antigo, A Ciência do Enriquecimento, a autora soube exatamente qual seria sua missão: revelar a sabedoria dos homens e mulheres que já compreendiam o Segredo. Entre eles estavam grandes cientistas, filósofos, atletas, músicos, escritores, estadistas, que se transformaram em exemplos, referências para toda a humanidade.
Este poder, que no livro é comentado por cientistas, escritores, artistas, médicos, consultores financeiros e religiosos, pode ser resumido na famosa “lei da atração”: o mundo é sempre uma projeção da imagem que temos dele; se pensamos de forma negativa e destrutiva em relação a nós mesmos, dificilmente é possível vencer. Naturalmente, pensamos em tudo o que NÃO queremos; The secret – O segredo nos lembra que é preciso, SEMPRE, pensar no que se quer, agir com determinação e foco.

O livro e o filme, tratam desta realidade que todos sabem mas freqüentemente esquecem: só faltava alguém juntar todas as peças. Ao trazer à luz histórias fascinantes de verdadeiros “mestres”, antigos e contemporâneos que usaram o Segredo para obter sucesso, saúde e riqueza, só nos resta compartilhar com eles as suas experiências. E desfrutar a felicidade.
Para produzir um livro e um filme deste porte, Rhonda Byrne reuniu uma equipe de professores, cineastas, designers, autores, editores e guias espirituais. Dentre os co-autores do livro estão Donald Neale Walsch, autor de Conversando com Deus (publicado pela Ediouro), o terapeuta Jack Canfield (criador da série Histórias para aquecer o coração) e John Gray, o escritor best seller de Homens são de Marte, mulheres são de Vênus.

domingo, maio 27, 2007

O MISTÉRIO DA CONSCIÊNCIA, António Damásio

Este livro, em resumo, propõe respostas para perguntas como estas:
Como uma pessoa sabe que está sentindo uma dor? Como sabe que está apaixonada? Como sabe o que está fazendo? Como sabe o que quer fazer? O que nos permite lembrar o passado e planejar o futuro? O que nos abre as portas da arte, da ética e da ciência?
A questão, portanto, é compreender o que é a consciência, enigma que constitui o maior de todos os desafios à filosofia e às ciências da vida.
Depois de anos de pesquisa e de trabalho clínico (acompanhando, por exemplo, pacientes que têm epilepsia), o neurologista António Damásio concebeu uma teoria revolucionária para desvendar o enigma.
Neste livro, ele narra uma série de casos clínicos para mostrar o que ocorre em nosso organismo - e especialmente em nosso cérebro - que nos faz tomar conhecimento de nós mesmos e do mundo.

sábado, maio 26, 2007

Morre lentamente....

Morre lentamente... quem não lê
quem não viaja,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente...
quem destrói seu amor próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente...quem se transforma em escravo do hábito
repetindo todos os dias os mesmos trajetos,
quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente...quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos
e os corações aos tropeços.
Morre lentamente...quem não vira a mesa
quando está infeliz com o seu trabalho, ou amor,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite,
pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos...
Viva hoje!
Arrisque hoje!
Faça hoje!
Não se deixe morrer lentamente!

NÃO SE ESQUEÇA DE SER FELIZ!

Pablo Neruda

LER....

...devia ser proibido...???

AFORISMOS....

AFORISMOS DE OSCAR WILDE

Oscar Wilde, grande autor da literatura universal, é também conhecido pela sua imensa colecção de aforismos, sobejamente utilizados em O Retrato de Dorian Gray, em que um dos personagens do romance tem um aforismo para cada ocasião, em, que, ao contrário de Sancho Pança em Dom Quixote não são meras sentenças da sabedoria popular da época, mas, provavelemente, pensamentos que Oscar Wilde foi coleccionando ao logo da sua vida.
No Citador tem à sua disposição algumas dezenas de aforismos de Oscar Wilde, no entanto, fica aqui uma pequena amostra:

A moderação é uma coisa fatal (...). Nada tem mais sucesso do que o excesso.
Fonte: "Uma Mulher sem Importância" Tema: Moderação

Aqueles que não fazem nada estão sempre dispostos a criticar os que fazem algo.
Tema: Acção

A coerência é a virtude dos imbecis.
Tema: Coerência

O progresso não é senão a realização das utopias.
Tema: Progresso

Há apenas um tipo de comunidade que pensa mais em dinheiro do que os ricos: os pobres. Os pobres não conseguem pensar em mais nada.
Tema: Dinheiro

Há uma espécie de conforto na auto-condenação. Quando nos condenamos, pensamos que ninguém mais tem o direito de o fazer.
Tema: Punição

Não existem livros morais ou imorais. Os livros são bem ou mal escritos.
Fonte: "O Retrato de Dorian Gray" Tema: Livro

Ah! Não me diga que concorda comigo! Quando as pessoas concordam comigo, tenho sempre a impressão de que estou errado.
Fonte: "The Critic as Artist" Tema: Opinião

O homem que vê os dois lados de uma questão é um homem que não vê absolutamente nada. Fonte: "The Critic as Artist"Tema: Opinião

Um homem pode viver feliz com qualquer mulher desde que não a ame.
Tema: Amor

....uhmmm....o melhor é nem comentar esta última....

sábado, maio 19, 2007

O SEGREDO!!!!!!

Especialmente para si... acredite!!!!!!!!!

domingo, maio 13, 2007

ORAÇÃO...

"Concedei-nos Senhor,
Serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar,
Coragem para modificar aquelas que podemos e...
Sabedoria para distinguirmos umas das outras. "


psssttt: agradece-se algum jogo de cintura para aceitar as mudamças profissionais que aí vêm... finalmente! vou tentar construir um moinho de vento, em vez de uma barreira, perante tal vendaval, tal revoada de ideias...desconcertantes mas acredito...concertadas!

PENSAMENTO A ESTA HORA DA NOITE...


Circle of Love

Numa época em que dar as mãos já não é suficiente...
unamos os pés, pode ser que resulte!

... obrigada, PH...

terça-feira, maio 08, 2007

Ave Maria




Interpretação de Renée Fleming

domingo, maio 06, 2007

DIA DA MÃE... SER MÃE É ISTO!

É sempre estar cansada,
de nunca ficar parada,
de ter sempre o que fazer.
É engolir quase inteiro,
não demorar no banheiro
e se aprontar sem se ver.
É acordar de madrugada,
e não dormir quase nada
se um filho adoecer...
De novo ler historinhas
os contos da carochinha,
para o filho adormecer...
É interromper a novela,
quando está no melhor dela,
para o filho atender.
É inventar pratos "mil",
se um filho com fastio,
inventar de não comer.
É estudar outra vez
Todo o curso que já fez,
Para o filho aprender.
Outra vez brincar de "roda",
e estar por dentro da moda
quando a filhinha crescer.
É ouvir músicas "chatas"
e esquecer as serenatas,
que só lhe davam prazer.
É curtir uma quadrilha
Quando então é sua filha
quem vai dançar pra valer.
Ser mãe é virar uma semente
Pra viver novamente
Quando um filhinho nascer.

Maria Augusta Gouveia

quinta-feira, maio 03, 2007

Recent Interview With Pop Star Cat Stevens Yusuf Islam

Anónimo!! Obrigada...
É lindo ver a evolução da e na vida de algumas pessoas... ainda mais, quando eles tiveram e têm grande impacto na vida de tantos outros...
Muito grata PH