segunda-feira, março 27, 2006

THE END. OR MAYBE NOT.
By Art Buchwald
Tuesday, March 14, 2006; Page C02
Ordinarily, people don't talk about death. Yet it's very much a part of our lives. I'm in a hospice and seem to have a lot of time to talk about it. My friends and I discuss what death is and where we're supposed to go after it happens.
People constantly ask me if there is an afterlife. It's a good chance for me to philosophize. I tell them, "If I knew I would tell you."
This does not mean that everyone knows more than I do on the subject, including priests (Christian and Hindu), rabbis and imams.
I haven't made up my mind which one of these groups has the answer, but the nice thing about a hospice is we can talk about death openly. Most people are afraid that if they even mention it, they will bring bad karma on themselves.
The other day I spoke to someone who questioned the idea that I do not know where I will go after life. This person, who is of religious faith, couldn't believe that I didn't know, and said, "Aren't you going to meet all those people you used to know in the hereafter?"
By the way, people always talk about heaven as the place where we are all going. The problem with thinking about heaven is that you then have to think about hell. The irony of our culture is people are constantly telling other people to go to hell, but no one tells them to go to heaven.
A friend of mine, Larry Gelbart, said he thinks the end will come for most people when all the phone companies merge and there is only one company left. One joker said he thought the only one who knows is Pat Robertson of the "700 Club." When asked how he would know, the answer was, "He's got a large TV audience and he wouldn't be allowed to say it if it wasn't true."
I'm not denying it's possible that there is a heaven. If it makes someone feel happy to believe this, that's wonderful. If it makes them unhappy, I don't want them to fret about it.
Some of my guests maintain they have actually talked to people who have died. I don't doubt them if they say it.
What's beautiful about death is you can say anything you want to, as long as you don't lord it over others that you know something they don't.
The thing that is very important, and why I'm writing this, is that whether they like it or not, everyone is going to go.
The big question we still have to ask is not where we're going, but what were we doing here in the first place?
in washingtonpost.com
2006Tribune Media Services

quarta-feira, março 22, 2006

A GRIPE DAS AVES
"A gripe das aves só se transmite ao homem se ele beijar a galinha doente.
É por isso que só morreram, ao longo destes 7 anos, 60 pessoas na Ásia"
- Quitéria Barbuda in "O Circo dos Tolos", Revista "Espírito", nº 21, 2005.
TOQUE ZEN
THE BEST OF ALBERT EINSTEIN (for me...)

A person who never made a mistake never tried anything new.

A question that sometimes drives me hazy: am I or are the others crazy?

Any intelligent fool can make things bigger and more complex... It takes a touch of genius - and a lot of courage to move in the opposite direction.

As far as the laws of mathematics refer to reality, they are not certain, and as far as they are certain, they do not refer to reality.

I have no special talent. I am only passionately curious.

It's not that I'm so smart, it's just that I stay with problems longer.

Imagination is more important than knowledge.

Make everything as simple as possible, but not simpler.

Most of the fundamental ideas of science are essentially simple, and may, as a rule, be expressed in a language comprehensible to everyone.

Most people say that is it is the intellect which makes a great scientist. They are wrong: it is character.

No problem can be solved from the same level of consciousness that created it.

Only two things are infinite, the universe and human stupidity, and I'm not sure about the universe.

Pure mathematics is, in its way, the poetry of logical ideas.

Solitude is painful when one is young, but delightful when one is more mature.

The difference between stupidity and genius is that genius has its limits.

The fear of death is the most unjustified of all fears, for there's no risk of accident for someone who's dead.

The only real valuable thing is intuition.

There are only two ways to live your life. One is as though nothing is a miracle. The other is as though everything is a miracle.

When I examine myself and my methods of thought, I come to the conclusion that the gift of fantasy has meant more to me than any talent for abstract, positive thinking.

terça-feira, março 21, 2006

DIA DA POESIA!

Porque hoje é o dia da poesia, vale sempre a pena recordar o célebre momento parlamentar:

«O acto sexual é para ter filhos» -
disse o deputado do CDS-PP num debate sobre legalização do aborto. A resposta em poema, que fez rir todas as bancadas parlamentares, veio de Natália Correia. Aqui fica:
Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.

Um poema de Natália Correia a João Morgado ( CDS-PP)

sexta-feira, março 17, 2006

O RESTO É AREIA!

Se conseguir ler as primeiras palavras, o seu cérebro decifrará automaticamente as outras...

3M UM D14 D3 V3R40, 3574V4 N4 PR414, 0853RV4ND0 DU45 CR14NC45 8R1NC4ND0 N4 4R314. 3L45 7R484LH4V4M MU170 C0N57RU1ND0 UM C4573L0 D3 4R314, C0M 70RR35, P4554R3L45 3 P4554G3NS 1N73RN45. QU4ND0 3575V4M QU453 4C484ND0, V310 UM4 0ND4 3 D357RU1U 7UD0, R3DU21ND0 0 C4573L0 4 UM M0N73 D3 4R314 3 35PUM4... 4CH31 QU3, D3P015 D3 74N70 35F0RC0 3 CU1D4D0, 45 CR14NC45 C41R14M N0 CH0R0... C0RR3R4M P3L4 PR414, FUG1ND0 D4 4GU4, R1ND0 D3 M405 D4D45 3 C0M3C4R4M 4 C0N57RU1R 0U7R0 C4573L0. C0MPR33ND1 QU3 H4V14 4PR3ND1D0 UM4 GR4ND3 L1C40:
G4574M05 MU170 73MP0 D4 N0554 V1D4 C0N57RU1ND0 4LGUM4 C0154 3 M415 C3D0 0U M415 74RD3, UM4 0ND4 P0D3R4 V1R 3 D357RU1R 7UD0 0 QU3 L3V4M05 74N70 73MP0 P4R4 C0N57RU1R. M45 QU4ND0 1550 4C0N73C3R 50M3N73 4QU3L3 QU3 73M 45 M405 D3 4LGU3M P4R4 53GUR4R, 53R4 C4P42 D3 50RR1R!!
S0 0 QU3 P3RM4N3C3 3 4 4M124D3, 0 4M0R 3 C4R1NH0. 0 R3570 3 F3170 D3 4R314!!!

SITES ANTI-CHEFE

Mybosssucks Officesteria Oftheboss
Os maus gestores já não têm esconderijo possível: já existem "sites" no ciberespaço dedicados à crítica e denúncia de patrões autoritários e chefes ditadores. Se o cibernauta digitar no "browser" http://www.mybosssucks.com/, entra numa das mais emblemáticas esquinas "anti-chefe" da Web. Com um "design" simples, mas colorido e agradável, este "site" revela-se muito completo, funcional e divertido. Assim, para aqueles empregados que se sentem oprimidos e querem dar a conhecer o alegado sofrimento laboral infligido pelos seus chefes, tudo o que têm a fazer é colocar a denúncia no formulário existente na secção "Stories". Embora tenha sido criado nos Estados Unidos, este "site" já adquiriu dimensão internacional. Ao clicarmos na secção "Bad Bosses" é possível visualizar as várias queixas e denúncias de vários empregados dos quatro cantos do mundo. Até ao momento, não continha nenhuma proveniente de Portugal. Uma característica interessante do http://www.mybosssucks.com/ é a eleição do pior chefe do mês, a qual é realizada com base nas votações da equipa que gere o "site" e dos cibernautas que o visitam. Também é possível participar num forúm "on-line" ou aceder a modelos de cartas de despedimento, concebidos de acordo com o objectivo do empregado resignatário: humilhar, enfurecer ou gozar o seu antigo superior. Outra funcionalidade muito útil e divertida é a "Excuses", que contém as mais variadas desculpas, justificações e argumentos para diversas situações: faltas ao trabalho, atrasos, almoços demorados (porventura, um facto muito frequente na realidade portuguesa), entradas tardias e saídas prematuras do emprego, por exemplo. Por outro lado, se tiver alguma dúvida ou precisar alguma orientação para lidar com o seu chefe belicoso, é só clicar na secção "Ask Flo" e enviar um "e-mail" a Flo, uma gestora pessoal de carreira especializada nestas questões. Entretanto, se estiver a visualizar o site e o seu chefe aparecer repentinamente no seu local de trabalho, clique rapidamente no botão "Boss Alert" situado no canto superior direito do ecrã e imediatamente abre-se uma nova janela que cobre a do http://www.mybosssucks.com/, contendo informação sobre cursos de Internet da Netscape. Apesar de não poder ser utilizada ao mercado de trabalho português, este "site" ainda contém outra funcionalidade digna de destaque, que é a possibilidade de recorrer a um serviço jurídico-legal de identificação e comprovação de ex-chefes que prejudiquem o trabalhador que procura emprego, através do "black balling". Isto é, o anterior patrão impede que o candidato arranje novo trabalho ao providenciar más referências sobre o desempenho profissional do seu ex-empregado à potencial entidade empregadora.
Outro "site" onde é possível libertar o "stress" causado pela opressão patronal é o http://www.officesteria.com/, que permite ao cibernauta aceder a um jogo de "kickboxing" contra o patrão. Se digitarmos http://www.offtheboss.com/ encontramos mais duas ferramentas de gestão do "stress" no local de trabalho: colocar o chefe num triturador de lixo ou num poço de lava incandescente.

CONSELHO DE UM VELHO APAIXONADO

Quando encontrares alguém e esse alguém fizer o teu coração parar de funcionar por alguns segundos, presta atenção: pode ser a pessoa mais importante da tua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fica alerta: pode ser a pessoa que tu estás à espera desde o dia em que nasceste.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d'água nesse momento, percebe: existe algo mágico entre vocês.
Se o 1º e o último pensamento do teu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradece: Algo do céu te mandou um presente divino: O AMOR.
Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e, em troca, receberes um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entrega-te: vocês foram feitos um para o outro.
Se por algum motivo estiveres triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o teu sofrimento, chorar as tuas s lágrimas e enxugá-las com ternura: poderás contar com ela em qualquer momento da tua vida.
Se conseguires, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do teu lado...
Se achares a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...
Se não conseguires trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...
Se não consegues imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao teu lado...
Se tiveres a certeza que irás ver a outra envelhecendo...e, mesmo assim, tiveres a convicção que vais continuar sendo louco por ela...
Se preferires fechar os olhos, antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na tua vida.
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.
Às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente. É o livre-arbítrio.
Por isso, presta atenção aos sinais.
Não deixes que as loucuras do dia-a-dia te deixem cego para a melhor coisa da vida: o AMOR!!!
Ama muito.....muitíssimo.......
Beija alguém de quem gostas quando leres esta mensagem, mesmo que seja em pensamento.
Do grande poeta: Carlos Drummond de Andrade
HUMOUR
Humour (Commonwealth English) or humor (American English) is the ability or quality of people, objects or situations to evoke feelings of amusement in other people. The term encompasses any form of entertainment or human communication which evokes such feelings, or which makes people laugh or feel happy. The origin of the term derives from the humoral medicine of the ancient Greeks, which stated that a mix of fluids known as humours controlled human health and emotion. A sense of humour is the ability to experience humour, a quality which all people share, although the extent to which an individual will personally find something humourous depends on a host of absolute and relative variables, including but not limited to sex, age, geographical location, culture, maturity, level of education and context. For example, young children (of any background) particularly favour slapstick, while satire tends to appeal to more mature audiences.
HUMOUR FORMULA
Required components:
· some surprise, contradiction, ambiguity or paradox.
· appealing to feelings or to emotions.
· similar to reality, but not real
Methods:
· metaphor
· hyperbole
· reframing
· timing

domingo, março 12, 2006

A POESIA NAS COISAS E A POESIA DAS COISAS
O poeta Neruda e o carteiro Mário

Estimulado pelo poema, Mário percebe que não agüenta mais ser apenas um homem comum que vive apenas ao sabor do que lhe acontece.
Sem dúvida, a vida se compõe de tudo o que acontece ao sujeito. Mas, um exame, mesmo superficial desse assunto, mostra que nela também se inclui tudo que o indivíduo faz. Por isso, sem a criação de um objetivo não se realiza nada de realmente válido e marcante. Desse modo, a vida verdadeira não é feita de uma série de atos encadeados e sem finalidade. Sempre se faz algo por alguma razão. Isto é inevitável, pois faz parte da natureza humana mesma. Assim, Mário rejeita as várias vidas possíveis oferecidas pelo ambiente, e decide um novo objetivo que é ser poeta.

Mas, o que é um poeta, o que é a poesia?
A palavra poesia vem do grego poesis, substantivo derivado do verbo poieô que indica a ação de fazer. O termo poieô é tomado nas seguintes acepções:
1- fabricar, confeccionar.
2- criar, produzir.
3- fazer nascer, causar.
4- buscar, investigar.
5- fazer por si, fazer segundo seu gosto.
6- criar por si, fazer a si mesmo.
7- apreciar, julgar.

Poiesis (poesia) é, portanto a ação que lhe corresponde. E, poietes que é o realizador dessas ações tem os seguintes significados: autor, criador, inventor, fabricante, artesão. O poietés realiza a poiesis porque é poietikós e esta palavra tem as seguintes acepções: que tem a virtude de fazer; quem é inventivo e engenhoso; o que é próprio da poesia.
Aquilo que o poietes produz, porque é ele mesmo poietikós e realiza poiesis, é o poiema. Poiema tem as seguintes acepções: o que se faz; a obra, os atos da criação do espírito, invenção.
Se poiesis é o ato de fabricar, produzir e criar, o primeiro e maior dos poetas é, sem dúvida o primeiro a criar, ou seja, o Ser Supremo: infinito, sem começo nem fim, fonte e origem de todas as coisas, eterno, antigo nas eras, em suma, o realizador do poema da criação. Para certas tradições, Ele é o Artesão que junta e confecciona o cosmo a partir do caos. Desde este ponto de vista, a criação como um todo é um ato poético: um poema. A criação é poema na flor que se abre, no rimo das ondas que batem na praia, no próprio ser humano ou, ainda e mais, no encadeamento das histórias de todas as vidas. Tudo isso é construção do Grande Poeta. A criação do Ser Supremo é absoluta porque o que ele cria era antes nada, e é por seu poder criador que cada coisa começa simplesmente a ser. Como o Ser Supremo é a origem e fonte de todos os seres finitos, e cada ser é em última instância um modo d'Ele se manifestar, cada ser no seu nível se torna um poema e um símbolo capaz de remeter a Ele, o simbolizado último.
Mas, a criação de um ser finito distingue-se da do Ser Supremo porque ela consiste em dar forma a um conjunto de possibilidades que já são, que já existem. Dito de outro modo, a criação do ser humano resume-se em dar novas significações e expressões às coisas já existentes, ou estruturá-las em novas totalidades. Quando o ser humano cria, as coisas começam a ser outras, diferentes do que antes eram; ou seja, realiza-se o aperfeiçoamento de uma possibilidade, que ainda não era plenamente e que naquele instante passa a ser. Esse maravilhoso momento em que o possível se torna ato é poesia. Nesse sentido o poeta é um criador, pois ele cria novos seres com os que já existem. Por isso, existe uma analogia entre a poesia e a criação divina.
Mas, observem que existe uma gradação das perfeições nas coisas. Assim, uma planta é mais perfeita do que uma pedra porque a planta tem a perfeição da vida que falta na pedra. O animal é mais perfeito que a planta porque tem, por exemplo, a perfeição da sensibilidade e da locomotividade, de que está privada planta. E, por fim, o ser humano é o mais perfeito de todos, porque, além dessas perfeições, tem a da racionalidade do seu entendimento. Portanto, porque há mais ou menos perfeição nas coisas, há mais ou menos poesia nelas.
Esta exposição enfoca a poesia objetivamente, como algo que está nas coisas. No entanto, é fácil perceber que para captar o poético das coisas é necessário o funcionamento de uma inteligência, que poderá percebe-lo com mais ou menos intensidade. Portanto, decorre daí a existência de dois tipos de poesia.
Existe a poesia in re, poesia na coisa, com sua gradação.
Mas, existe, também, a poesia da coisa: aquela apreendida proporcionalmente à capacidade de entendimento e sensibilidade daquele que pode entende-la. Dentre os personagens do filme, Dona Rosa, a tia de Beatriz, é exemplo claro da pessoa incapaz de perceber a poesia que há nas coisas, enquanto outros existem que desvelam o poético e o captam imediatamente numa intuição simples, como Mário. Descobrir e desvelar o que há de poético nas coisas é missão do poeta, que cria poemas em si e a partir de si mesmo, ao captar o que de poético nelas existe.
Vejam que ao grau de poesia que há nas coisas corresponde uma gradação de poesia que há no poeta. Decorre então, que a criação de um poeta pode ter mais ou menos poesia, ou seja, ele pode ter mais ou menos capacidade poética. Relembro que a imaginação criadora é a base da capacidade poética para construir novas estruturas ou captar seus novos significados.

Se existem duas poesias, existem, também, dois tipos de poetas criadores correspondentes a elas: o poeta nas coisas e o poeta das coisas.
Existem duas cenas no filme que, no meu entendimento, expressam de modo evidente os conceitos expostos anteriormente, e ao mesmo tempo distinguem e identificam os dois tipos de poeta.
Na primeira cena, na porta da casa de Neruda, este explica o que é metáfora, através de uma comparação, quando pergunta a Mário como ele entenderia uma frase onde se dissesse que o céu estava chorando. Mário que é um poeta nato afirma imediatamente que se trata de uma imagem para chuva. Note-se, e guarde-se para uso futuro, que o poeta está interessado em ensinar a seu discípulo a feitura de metáforas. Conceito para o qual sua atenção espontaneamente se volta e que ele exerce magistralmente, sem nenhuma dúvida.
Na segunda cena, a mais importante, e que se passa à beira-mar, Neruda declama e pergunta a opinião de Mário sobre esse poema:

Aqui na ilha há tanto mar,
O mar e mais o mar.
Ele transborda de tempo em tempo.
Diz que sim, depois que não,
Diz sim e de novo não.
No azul, na espuma, em galope
Ele diz não e novamente sim.
Não fica tranqüilo, não consegue parar.
Meu nome é mar ele repete
Batendo numa pedra, mas sem convencê-la.
Depois com as sete línguas verdes
De sete tigres verdes, de sete cães verdes,
De sete mares verdes
Ele a acaricia, a beija e a umedece;
E escorre em seu peito
Repetindo seu próprio nome.

Mário diz que está enjoado e Neruda considera esse julgamento muito severo. Mário explica, então, que seu enjôo não foi causado pela qualidade do poema, mas antes porque se sentiu, enquanto o ouvia, jogado de um lado para o outro, como um barco, sacudido pelas palavras. Neruda, bom professor, não perde a oportunidade e mostra que ele fez uma metáfora. No entanto, Mário retruca:
- "Mas, fazer metáfora assim, não vale. Foi sem querer".
Neruda: - "Querer não é importante. As imagens devem surgir espontaneamente". Mário: - "Você quer dizer que o mundo todo, o mar, o céu com a chuva, as nuvens... o mundo todo é, todo ele, metáfora de alguma outra coisa?"

A pergunta que Mário fez é típica do ponto de vista em que naturalmente se coloca um poeta nas coisas. Com essa questão ele demonstra sua capacidade poética para ver nas coisas exteriorizadas o simbolizado do qual elas são os símbolos. Ele já detém, portanto, a arte de penetrar além dos símbolos até atingir os simbolizados, e chega mesmo, com essa pergunta, a referir-se ao simbolizado último, o Ser Supremo e Criador. A pergunta dele ensina que todas as coisas simbolizam porque sugerem, apontam ou assinalam a Verdade, a Beleza ou a Bondade. E, assim como há o poeta que capta uma beleza, uma verdade e uma bondade das coisas para nós, existe aquele que capta a Beleza, a Bondade e a Verdade nas coisas em si mesmas. É o primeiro que denomino aqui poeta nas coisas, Mário; enquanto chamo o segundo poeta das coisas, Neruda.
Observem que todo o comportamento de Neruda nessa ocasião indica, claramente, ser ele um poeta das coisas, porque com uma cara estranha, responde que não sabe e que precisa refletir mais sobre o assunto. Neruda tem que pensar sobre a questão porque ele faz e entende de metáforas enquanto a pergunta trata de símbolos. A interrogação de Mário não pode ser respondida nem mesmo compreendida com o uso desse conceito, porque metáfora é apenas o emprego de palavra ou expressão em sentido figurado que consiste na transferência de uma palavra para um âmbito semântico que não é o do objeto que ela designa, e que se fundamenta numa relação de semelhança, subentendida "num mesmo nível", entre o sentido próprio e o figurado. A metáfora, natural em Neruda, opera por similitude, enquanto o símbolo o faz por analogia de atribuição intrínseca. No fundo Neruda capta as metáforas e Mário os símbolos, cuja função é interligar níveis diferentes de realidade.
Tudo isso demonstra que Mário tem a capacidade de exercer uma forma de poesia muito profunda e original, que lida, na verdade, com símbolos, como indica a pergunta que ele colocou, pois é o símbolo que permite conhecer de um modo mais profundo, e além da aparência sensível, as coisas que ele apenas sugere. Conseqüentemente, Mário não se limita a ver no poético das coisas as metáforas ou mesmo somente os símbolos; ele penetra nelas e vai mais além da mera aparência sensível, para enxergar ali os simbolizados aos quais elas se referem.
Plotino dizia que sábio é aquele que por trás de uma coisa vê uma outra. Neste sentido Mário é um sábio. Ele vê sob a escritura das coisas Aquele que as escreveu. Ele sente alguma outra coisa. Para o poeta nas coisas tudo é sagrado e a criação inteira é símbolo. Ele percebe a poesia in re, ele faz o poema na coisa; mesmo que não tenha o domínio erudito e técnico das regras de semântica, da sintaxe ou do vocabulário que Neruda possui. Por isso o poema mais fundamental, o mais radical, o mais importante que o poeta nas coisas pode e deve criar é a vida singular que ele inventa para si mesmo.
Mário faz poemas nas coisas, lidando diretamente com elas, como quando relaciona a bola do jogo de futebol de mesa com a Lua, e faz seu primeiro poema, um círculo desenhado. Cena belíssima e muito importante, pois descreve o conceito de símbolo através da bola que interliga, a Lua, a mulher celeste e arquétipo do feminino, com a curva da boca de Beatriz Russo, a mulher terrestre. Desse modo, Mário faz poemas o tempo todo; espontâneos, compostos dos gestos simples do quotidiano, experimentados diretamente nas coisas e transfigurados por uma alma predisposta à compreensão simbólica.
Isto não quer dizer que Neruda, o poeta das coisas, desconheça esse tipo de poesia, pois ele mesmo afirma para Mário:

"... quando explicamos a poesia ela se torna banal. Melhor do que qualquer explicação é a experiência direta das emoções, que a poesia revela a uma alma predisposta para compreendê-la".

E acrescenta:

"Ser poeta é ser capaz de olhar as coisas. Vá caminhando pela praia observando tudo".

Cid de Oliveira (astrólogo)

sexta-feira, março 10, 2006




quinta-feira, março 09, 2006

OK! OS HOMENS TAMBÉM PODEM SER PERFEITOS!
Pelo menos nalgumas dimensões da vida...
Aqui vai uma ajudinha para os meus filhos, amigos, namorados e afins:
http://www.pratofeito.com.br/modules/recipe.php?topicid=73

Quem é amiguinha????

quarta-feira, março 08, 2006

NÓS MULHERES, SOMOS PERFEITAS!!!

Temos um Dia Internacional... Hoje!
Não ficamos carecas...
Sentar de pernas fechadas não dói...
Podemos usar tanto rosa quanto azul...
Sempre sabemos que o filho é nosso...
Temos prioridade em botes salva-vidas...
Não pagamos a conta. No máximo, dividimos...
Somos os primeiros reféns a serem libertados...
A idade não atrapalha nosso desempenho sexual...
Podemos ir para o trabalho de bermudas e sandálias...
Se somos traídas, somos vítimas; se traímos, eles ficam enfeitados...
Somos capazes de prestar atenção em várias coisas ao mesmo tempo...
Mulher de embaixador é embaixatriz; marido de embaixadora não é nada...
Não nos desesperamos em frente a um campo de futebol com 1 bola e 22 mulheres...
Somos monogâmicas (embora precisemos testar vários homens para achar um que valha a pena!)
Mulher de presidente é Primeira-Dama; marido de presidenta é um zero à esquerda, mesmo que ele seja de direita...
Nosso cérebro dá conta do mesmo serviço, mesmo com 4 biliões de neurónios a menos, ou seja, nossos neurónios são mais eficientes!
Se resolvemos exercer profissões predominantemente masculinas, somos "pioneiras", mas se um homem resolve exercer uma profissão tipicamente feminina, é maricas...
E por último: fazemos tudo o que um homem faz, e de SALTO ALTO!

SOMOS UM SHOW!!!!!!!

domingo, março 05, 2006

THE PSYCHIC SENSES

Before we begin learning about the psychic senses, it is important to understand that psychic ability is like a muscle. Like any muscle in the body, it must be used and excercised to become strong. Strengthening psychic ability is the same way. The more you use it and pay attention to it, the stronger and more accurate it becomes. But like any muscle in the body, the more it is ignored and not used the weaker and weaker it will become until finally it atrophies. The more you ignore them and deny their existance, the less you will experience, and eventually your ability will go dormant. This is an important reason why I suggest to everyone that they keep a journal of their experiences. Even if your not sure what your experiencing is a psychic sense, write every little thing down, just a sentance or two. Then every month, review what you have written, see if any of them have become reality. You will be surprised at your accuracy once you begin to pay attention to it. Keeping a journal will also enable you to see patterns in your abilities. For example, I find that during certain times of my feminine cycle I am less accurate. I just simply don't feel as connected to my intuition or the cards. During the rest of the month, I am very accurate and feel very connected. There are also times of the lunar cycle when we are most accurate. Astrology can play a key role in our emotions, our spiritual balance and our behavior. The only way to find out your particular patters, or cycles is to keep a journal. I also keep my journal for my children. Both of my children are gifted, and may choose to go on their own spiritual journies someday. Hopefully some of what I've written will be of help to them.
CLAIRVOYANCE: (Clear-seeing) This is the ability to see that which cannot be perceived through the physical sense of vision. Using the Third Eye, psychic pictures and color are utilized. We all have this ability and all, with practice could learn to see the "unseen". However, clairvoyant messages can come in very symbolic images and meanings that take some thought and dicipline to decode. It is also not uncommon for clairvoyant messages and visions to pop into our conciousness and then pop right out again very quickly. This is due to the high frequency and speed of the Other Side. The clairvoyant mind must be trained to absorb as much information as possible from that brief moment of vision or thought. If a clairvoyant waits around for a repeat, or stronger image, they often will loose the message entirely.
CLAIRAUDIENCE: (Clear-hearing) Psychic hearing is the ability to "hear" vibrations that are outside the range of the human physical ears. Clairaudient messages come in the form of thoughts that often sound just like our own inner monologue. Therefore, they can be very hard to distinguish from our own inner thought process. But with practice, and attention, one can begin to recognise when thoughts are messages. I am strong in clairaudience, and sometimes I will hear single words, or whole phrases, or even the occasional paragraph of information. I am able to tell it's clairaudience, because it will often be completely unrelated to what I was doing or thinking at the moment, or the message will be in words that I don't normally use. Each of us have the ability to be clairaudient. Many of us wake up in the morning with messages from dreams, or with a song, or scripture on our mind, or simply a thought that keeps repeating over and over in our minds. These are all examples of clairaudience.
CLAIRSENTIENCE: (Clear-sensing) This psychic sense covers a wide range of feelings, emotions, sensations and situations. Examples of clairsentience is empathy, sympathetic pain, sympathetic illness or feeing and sensing the presense of a spirit entity. Clairsentience is the ability to "feel" energy and non-physical matter. Often a medium who is clairsentient will feel or sense how a person died. Those who are gifted with medical intuition are able to feel or sense parts of the body where illness or pain is in another person. These are all examples of clairsentience.
CLAIRALIENCE: (Clear-smelling) This is the ability to sense non-physical matter, energy, or spirit presence through the sense of smell. I am often given messages this way either by loved ones who have passed on, or by my guides & Angles who give me different smells for varius reasons. I have several relatives who have passed on who give me smells of smoke, either cigar or cigarette to alert me to their presence. My Grandmother visits me with the scent of Este Lauder perfume, which was her favorite. I even had a fiesty spirit with me for a while who would give me smells of fried chicken and turkey to let me know she was here. This is often referred to by mediums as "smelling them".
CLAIRHAMBIENCE: (Clear-tasting) This is the ability to perceive messages through our sense of taste. This is closely related to clairalience.
An interesting side note to this topic:There is a school of thought that is investigating area's of the body that produce these psychic gifts. Specific area's of the body that cause us to experience these wonderful things. This would change how many view psychic ability, not so much as a "spiritual gift"....but more of a natural and normal human function. I will discribe below where these area's are.Clairvoyance stems from the Central Fissure which provides the most direct and unobstructed pathway to the Corpus Callosum, the massive nerve bundle that interconnects the two hemispheres of the brain. This area acts like a funnel at the top of the head allowing psychic images and impressions to simply "drop in".Clairsentience stems from the psychic antena which is located in the solar plexus region. This area holds numerous nerve networks assocaiated with the autonomic (or involuntary) nervous systems that are spread all over the abdomen. This nervous system provides a direct link to the subconcious mind, but it also is linked to every major organ and most endocrine glands. It maintains and regulates all of the body's vital automatic functions and is viewed even in medicine as a natrual monitoring system.Psychic Vision or "Third Eye" traditionally was thought to be linked with the pineal gland buried deep in the frontal center of the brain. The pineal gland is the most mysterious of the endocrine glands. It's function is not yet fully understood. Science has associated it with complex functions of light sensitivity in humans and animals. But an even more logical center for The Third Eye lies in the Frontal Cortex. This is where the final stages of visual interpretation take place. This is also linked to the dream state R.E.M.....or rapid eye movement sleep. The Frontal Cortex is actually located at the very back of the brain behind the forehead.Clairaudience stems from the glands located on each side of the head just above the ears called the Temporal Lobes. It is an area of the cerebrum that process auditory information. For a psychic strong in psychic hearing, fousing on this area of the brain seems to bypass the need to receive hearing information in the form of sound waves.
Food for thought, huh?
I used the book "You Are Psychic" by Pete A. Saunders for reference in creating this part of the page. I encourage each of you to buy his book and also use his methods of development.

TOQUE ZEN
ESCOLHO OS MEUS AMIGOS

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
Não me interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos... Fico com
aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade asneira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de
aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra
metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto,
e velhos, para que nunca tenham pressa.

TENHO AMIGOS PARA SABER QUEM EU SOU.
Pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos,
nunca me esquecerei de que normalidade
é uma ilusão imbecil."

(Oscar Wilde, Trad. brasileira desconhecida)

sábado, março 04, 2006

EU E O ESPELHO

"Ninguém pode ver-se a si próprio num espelho, sem se conhecer previamente, caso contrário não é ver-se, mas apenas ver alguém".
Kierkegaard, Soren Aabye - O Desespero Humano - Doença até a Morte" - 1849

Ao ler o texto de Kierkegaard acima citado, espantei-me em ver a grande percepção do filósofo dinamarquês diante de um fato aparentemente simples: "olhar-se no espelho". Talvez seja o mais "corriqueiro" dos atos humanos que é realizado no cotidiano de cada pessoa, inserindo contudo uma perspectiva toda especial no que diz respeito à existência individual.

Segundo Kierkegaard, para que o indivíduo se veja no espelho, torna-se uma condição importante que ele tenha um "conhecimento" prévio de si, ou seja, que o ser humano veja, sinta e perceba quem ele está sendo naquele instante, que ele tenha consciência-de-si.

Quando negamos a nós mesmos a possibilidade de obter essa consciência-de-si, não nos dando conta do que sentimos, pensamos, percebemos e agimos, ampliamos de tal forma essa desconexão individual, que simplesmente usamos o "piloto automático" interno diariamente, que nos leva a um distanciamento cada vez mais profundo de uma vida saudavelmente integrada, visto que nos encontramos longe de nós mesmos.

Um sábio oriental um dia falou: "Um homem no campo de batalha conquista um exército de mil homens. Um outro conquista a si mesmo - e este é maior" (LAL, P. - The Dhammapada, 1967). Por incrível que possa parecer, a idéia quantitativa de sucesso na vida ("conquistar um exército") tem sido a mais promovida no mundo ocidental, em detrimento do cultivo de uma idéia mais qualitativa de sucesso, cuja promoção busca a excelência da saúde individual (conquistar a si mesmo). Sem a devida reflexão do quanto a pessoa se violenta para simplesmente "possuir coisas", o ser humano segue abrindo mão de "ter" a si mesmo, ou seja, de "ser a sua grande conquista". É esse paradoxo da existência que leva o indivíduo a se perguntar: quem é essa pessoa que eu vejo no espelho? Esse sou eu? Eu não acredito no que estou vendo!

Erving e Miriam Polster falam que "as pessoas são notoriamente nebulosas, até mesmo distorcem a percepção que têm de si mesmas. Elas escutam gravações de suas vozes ou se vêem em filmes, e ficam incrédulas" (Polster, Erving & Polster, Miriam. "Gestalt Terapia Integrada", 1979). Esta postura incrédula diante da percepção-de-si, é muito bem ilustrada através do filme de Bruce Joel Rubin, "My Life"(Minha Vida), protagonizado por Michael Keaton e Nicole Kidman.

Na história, Keaton representa um "bem-sucedido" relações públicas de uma empresa, que se vê surpreendido pela vida repentinamente, quando se acha acometido de um câncer terminal. Vendo-se nos momentos finais de sua vida e, percebendo o pouco tempo de que dispunha para receber o filho que brevemente nasceria, começa a fazer uma fita de vídeo, que para ele seria uma espécie de lembrança de si para o seu filho, a fim de que este mais tarde o "conhecesse". Dando continuidade a este seu empreendimento, o protagonista fica perplexo com a opinião que alguns de seus colegas dão sobre sua pessoa. Perplexo diz: "o que é isso? Será que eu sou assim?".

No decorrer da trama ele busca, com a ajuda de sua esposa (Nicole Kidman), um tratamento alternativo para a sua "doença", que começa a clarificar o afastamento de si no qual ele vivia, cujas conseqüências agora ele estava sentindo, ou seja: a doença, os conflitos internos e as dificuldades de relacionamentos.

Para poder lidar com estas questões, ele começa a aprender que a grande viagem para realizar grandes coisas na vida não é para fora, mas para o interior de si mesmo, objetivando-se enquanto pessoa.

A objetividade de si "consiste pois em um processo de exploração de si, a procura do eu autêntico para além da imagem de si que o indivíduo quer projetar e aquela que de fato apresenta aos outros" (Mailhiot, Gérard Bernard. "Dinâmica e Gênese dos Grupos", 1991). Penso que seja esta exploração de si mesmo, o conhecer-se previamente ao qual Kierkegaard se referia, que dará ao indivíduo uma percepção clara de quem está do outro lado do espelho.

Essa busca de si pode apaziguar temores mil que se fundamentam nas fantasias e fantasmas por nós criados ao longo da vida, pode integrar as partes distanciadas do nosso ser, permitindo-nos ter um bom contato com a nossa própria pessoa e com o viver do outro. Isto é ilustrado por E. E. Cummings no seu poema, a saber:

"Um total estranho, num dia negro
Bateu, tirando de dentro de mim o inferno
E ele achou difícil o perdão porque
(assim se revelou) ele era eu mesmo -
Mas agora aquele demônio e eu
Somos amigos imortais".

Fica então a pergunta: "Quem é a pessoa que você vê ao olhar-se no espelho?".

Marco Antonio Sales
Psicoterapeuta Existencial formado pela SAEP
Pós-graduando em Filosofia Contemporânea - UERJ

sexta-feira, março 03, 2006

SÓ PARA OLHAR...

MOZART KINGDOM
http://enlightenedmozart.250free.com/MozartKingdom.html