segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Pelo brilho nos olhos ...

“Em cada vida temos uma misteriosa obrigação de reencontrar pelo menos uma dessas Outras Partes. O Amor Maior, que as separou, fica contente com o Amor que as torna a unir.”

– E como posso saber que é a minha Outra Parte? – ela considerava esta pergunta como uma das mais importantes que fizera em toda a sua vida.

Wicca riu. Também já se perguntara a respeito disto, com a mesma ansiedade que aquela menina a sua frente. Era possível conhecer a Outra Parte pelo brilho nos olhos – assim, desde o início dos tempos, as pessoas reconheciam seu verdadeiro amor. A Tradição da Lua tinha um outro processo: um tipo de visão que mostrava um ponto luminoso acima do ombro esquerdo da Outra Parte. Mas ainda não ia contar isto para ela; talvez ela terminasse aprendendo a ver este ponto, talvez não. Em breve teria a resposta.

– Correndo riscos – disse para Brida. – Correndo o risco do fracasso, das decepções, das desilusões, mas nunca deixando de buscar o Amor. Quem não desistir da busca, vencerá.

Brida lembrou que o Mago dissera algo semelhante, ao se referir ao caminho da magia. “Talvez seja uma coisa só”, pensou.

Wicca começou a recolher o baralho da mesa, e Brida pressentiu que seu tempo estava se esgotando. Entretanto, havia ainda outra pergunta a fazer.

– Podemos encontrar mais de uma Outra Parte em cada vida?

“Sim”, pensou Wicca, com certa amargura. E quando isto acontece, o coração fica dividido e o resultado é dor e sofrimento. Sim, podemos encontrar três ou quatro Outras Partes, porque somos muitos, e estamos muito espalhados. A menina estava fazendo as perguntas certas, e ela precisava escapar destas perguntas.

– A essência da Criação é uma só – disse. – E esta essência chama-se Amor. O Amor é a força que nos reúne de volta, para condensar a experiência espalhada em muitas vidas, em muitos lugares do mundo.

“Somos responsáveis pela Terra inteira, porque não sabemos onde estão as Outras Partes que fomos desde o início dos tempos; se elas estiverem bem, também seremos felizes. Se estiverem mal, sofreremos, ainda que inconscientemente, uma parcela dessa dor. Mas, sobretudo, somos responsáveis por reunir de volta, pelo menos uma vez em cada encarnação, a Outra Parte que com certeza irá cruzar o nosso caminho. Mesmo que seja por instantes, apenas; porque esses instantes trazem um Amor tão intenso que justifica o resto de nossos dias.”

O cachorro latiu na cozinha. Wicca acabou de recolher o baralho da mesa e olhou mais uma vez para Brida.

– Também podemos deixar que nossa Outra Parte siga adiante, sem aceitá-la, ou sequer percebê-la. Então precisaremos de mais uma encarnação para nos encontrar com ela.

in Brida, Paulo Coelho

domingo, fevereiro 06, 2011

O mito de Atalanta: uma bela de uma metáfora!!

Atalanta foi uma heroína cuja coragem e aptidões como caçadora e corredora igualavam as de qualquer homem. Tinha sido abandonada no cume de uma montanha depois do nascimento e encontrada e criada por uma ursa, tendo-se transformado numa bela mulher. Um caçador chamado Meléagro tornou-se seu amante e companheiro. Parecidos como se fossem gémeos, tornaram-se caçadores conhecidos, famosos em toda a Grécia, sobretudo pelo papel que desempenharam na caçada ao javali de Caledónia. Pouco tempo depois, Meléagro morreu nos braços de Atalanta, após o que ela abandonou a montanha onde tinham vivido juntos para enfrentar o pai e ser reconhecida como herdeira do seu trono.

Muitos pretendentes quiseram desposá-la, mas a todos rejeitou. Quando foi obrigada a escolher, afirmou que se casaria com o homem que a vencesse numa corrida. Se ele vencesse, desposá-lo-ia; caso contrário, ele perderia a vida. Disputaram-se várias corridas, sempre ganhas por Atalanta.

Por fim, Hipómenes, que nada tinha de desportista, mas que a amava realmente, decidiu entrar na corrida, apesar da elevada probabilidade de perder a vida. Na noite anterior rezou a Afrodite, Deusa do Amor, a quem pediu ajuda. A deusa ouviu o seu apelo e deu-lhe três pomos de ouro para usar durante a corrida.

Pomo 1: Consciência do Temo que Passa. No princípio da corrida, Hipómenes lançou o primeiro pomo de ouro no caminho de Atalanta, que se sentiu atraída pelo seu brilho e abrandou o passo para o apanhar. Hipómenes ultrapassou-a enquanto ela, encantada, observava o pomo que apanhara. Viu-se reflectida nele, com o rosto distorcido pelas curvas do fruto e pensou: “ Terei este aspecto quando envelhecer”.

Muitas mulheres activas não têm consciência da passagem do tempo até à meia-idade, quando os desafios da competição o os desafios atingidos se dissipam. Pela primeira vez na vida, a mulher apercebe-se de que não é eternamente jovem e reflecte sobre o caminho que está a seguir e onde ele a leva.

Pomo 2: Consciência da Importância do Amor. A seguir, Hipómenes lançou o segundo pomo. Atalanta, que se tinha concentrado de novo na corrida e ultrapassado Hipómenes sem esforço, parou para apanhar o segundo pomo de ouro de Afrodite. Tendo sido inundada por recordações de Meléagro, o amante desaparecido. Afrodite provocou nela um profundo desejo de intimidade física e emocional. Quando este desejo se combina com a consciência da passagem do tempo, uma nova receptividade ao amor e à intimidade desviam uma mulher Artémis do seu alvo usual.

Pomo 3: Instinto de Procriação e Criatividade. Já se via a linha de chegada quando Atalanta alcançou Hipómenes Estava prestes a ultrapassá-lo e a ganhar a corrida quando ele lançou o terceiro pomo de ouro. Atalanta hesitou meio segundo: deveria passar a linha e ganhar a corrida ou apanhar o pomo e perder? Optou por o apanhar no momento exacto em que Hipómenes atravessava a linha, ganhando a corrida e conquistando a mão de Atalanta.

O instinto de procriação de Afrodite (ajudada por Deméter) faz abrandar o passo de muitas mulheres activas e orientadas para objectivos, na passagem dos trinta para os quarenta anos. Mulheres concentradas numa carreira são muitas vezes apanhadas desprevenidas pelo desejo urgente e irresistível de ter filhos.

Este terceiro pomo de ouro também pode representar algo mais que a fertilidade biológica. Depois da meia-idade, a realização pode tornar-se menos importante. Em contrapartida, a criatividade simbolizada por Afrodite dirige-se para a transformação da experiência uma qualquer forma de expressão pessoal.

Se o contacto com Afrodite surgir por intermédio do amor de outra pessoa, a unilateralidade de uma mulher Artémis, apesar de ter sido satisfatória, pode desembocar na possibilidade de plenitude. Ela pode focar-se no seu íntimo por forma a reflectir acerca do que é importante para ela e ser, ao mesmo tempo, virada para si própria e focada no exterior. Ganha consciência da sua necessidade de intimidade bem como de independência. À semelhança de Atalanta, desde que reconheça o amor, terá de decidir o que é mais importante para si própria.

in “As Deusas em cada Mulher”, de Jean Shinoda Bolen, Planeta Editora

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Dia de festa!

Dia de festa! ***
Hoje é seu aniversário astrológico, mesmo que o dia não seja o mesmo do seu aniversário conforme o calendário.

Como seria de esperar deste trânsito, hoje é um dia de novos começos. Tem início um novo ano em seu calendário pessoal, e as influências que você agora pressente afetarão todo o ano que se inicia. Entretanto, se as coisas hoje não correrem como o planejado, isso não quer dizer que o ano inteiro será uma decepção. Você está recebendo um novo impulso do centro de energia interior, como simboliza o Sol. Portanto, qualquer nova empreitada que iniciar agora irá na crista dessa nova onda de energia e muito provavelmente chegará a bom termo. Tudo que você fizer ou iniciar hoje levará, antes de tudo, a marca de sua individualidade. Agora é a hora de se reposicionar.

Trânsitos selecionados para hoje:
Sol Conjunção Sol, , exato às 20:54
Período ativo de 2 Fevereiro 2011 ao 4 Fevereiro 2011