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As preces que foram ditas milhões de vezes têm poder e consolam. Cada religião possui as suas orações pronunciadas repetidamente. Essas rezas afiguram-se parte integrante da experiência humana colectiva, do campo mórfico da nossa espécie, do inconsciente colectivo que, ao mesmo tempo, nos influencia e para o qual contribuímos. Quando oramos, recorremos a esse poder. Essas orações costumam ter ritmo e as suas palavras são poderosas como afirmações ou mantras; pela sua repetição e cadência, alteram a consciência, penetrando no subconsciente ou inconsciente e transformando-se em algo que acreditamos.
A “Oração da Serenidade” de Reinhold Niebuhr ocupa um lugar especial nos Alcoólicos Anónimos e em muitos programas de recuperação com princípios semelhantes. É uma oração que proporciona um rumo às pessoas numa situação fora do seu controle, mas na qual no entanto, o modo como reagem e o que fazem são importantes. Orar é um acto que afasta o medo e tem um efeito directo no sistema imunológico da pessoa.
in "Até ao mais íntimo do ser", Jean Shinoda Bolen, Planeta Editora