Se somos seres espirituais percorrendo um caminho humano, e não seres humanos que podem estar a transitar por um caminho espiritual, no que eu acredito intuitivamente, então a vida não é só uma jornada mas também uma peregrinação, ou busca. Quando passamos por momentos sagrados, muitas vezes não é tanto uma questão de geografia exterior, mas de encontrar lugares em nós do foro d alma. O labirinto como imagem, e a Lenda do Graal como história, são ambos metáforas que nos podem ajudar a perceber a dimensão espiritual da nossa vida.

A Lenda do Graal, com as suas muitas histórias e versões diferentes, expressa um mistério humano essencial e encerra uma promessa implícita: o potencial da integralidade, da cura e do significado. É um dos mitos fulcrais do segundo milénio cristão, e o seu protagonista um herói numa demanda espiritual. A história exprime vividamente a jornada psicológica em direcção à integralidade a que C. G. Jung chamava “individuação”, e que considerava a tarefa da segunda metade da vida.
adaptado de “Travessia para Avalon" de Jean Shinoda Bolen, Planeta Editora

http://www.youtube.com/watch?v=FKO530Er-hU