NEVOEIRO
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
Fernando Pessoa, 1926
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Cara Phenix, está enganada, nada é bruma e nevoeiro é tudo claro, clarinho como a água...
os "pobres" não votam, os "mongos" também não... assim o nosso trabalho é inutil e não rentável. Este é o tempo da racionalização (não da emoção).
O mais giro é que tudo se passa no Ano Europeu para a Igualdade.
Enviar um comentário