RELAÇÕES NEGATIVAS AUMENTAM RISCO DE CARDIOPATIA
Os casais cujas relações estão na mó de baixo têm mais possibilidades de vir a sofrer de doenças cardíacas. A imagem milenar do desamor como "mal do coração" ganha agora contornos científicos.
Uma equipa de cientistas britânicos, que publicou esta semana um artigo no Archives of Internal Medicine, estudou, durante mais de 12 anos, 9011 concidadãos. A ideia era verificar se as pessoas que mantêm relações afectivas tumultuosas durante um largo período de tempo tinham, ou não, mais possibilidades de, no futuro, vir a sofrer de problemas coronánios.
A equipa escolheu 6114 homens e 2897 mulheres, todos funcionários públicos do Reino Unido. Dos 8499 que, no início da pesquisa, não apresentavam qualquer problema cardíaco, 589 tiveram problemas de coração durante os anos em que a observação durou.
Depois de ter levado em conta outros factores que poderiam ter interferido e provocado um aumento do risco cardiovascular, os cientistas assumiram que quem apresentava problemas nas suas relações mais íntimas tinha mais 34% de possibilidades de desenvolver uma enfermidade relacionada com o coração do que os restantes membros da pesquisa.
No início do trabalho científico, os investigados tiveram de revelar dados sobre as suas relações, tais como o apoio mútuo, a confiança entre os membros do casal, que tipo de interesses compartilhavam e se consideravam que havia reciprocidade na relação. Para além disso, os cientistas trabalharam dados como a idade, o sexo, o tipo de trabalho efectuado ou se os indivíduos se tinham divorciado recentemente.
"Os resultados da investigação indicam que as interacções negativas nas relações íntimas incrementam o risco de incidência de uma enfermidade cardiovascular", lê-se no estudo. "O efeito é independente de qualquer característica sociodemográfica, factores biológicos ou psicos-sociais, bem como de comportamentos ligados à saúde", tais como ingestão de álcool, obesidade ou tabagismo. Os investigadores levaram ainda em linha de conta, estatisticamente, os indivíduos com colesterol a mais, diabetes, consumo regular de fruta e legumes e pessoas que fazem ou não exercício físico.Variáveis como a tendência para a depressão e para a afectividade negativa ou a existência de níveis elevados de stress no trabalho também foram consideradas.
"É possível que os aspectos negativos no seio das relações íntimas sejam mais importantes para a saúde devido ao poder que essas relações têm para activar emoções fortes, como a preocupação ou a ansiedade e os correlativos aspectos fisiológicos", explicam os cientistas britânicos.
O estudo foi levado a cabo por uma equipa do International Institute for Society and Health e do Department of Epidemiology da University CollegeLondon. - M.A.C.
quarta-feira, outubro 10, 2007
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1 comentário:
Cara amiga, há mais de um mês sem postar?! ou actualiza isto ou perde a clientela!!!
beijos
Alex
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