domingo, julho 08, 2007

DEJA VU.....quem nunca sentiu a sensação de um "Deja-vu"....?????

DEJA VUS - O que são e como ocorrem

Deja Vus são sensações fortíssimas de que já passamos por uma
determinada experiência. Há várias explicações, mas muitos casos
desafiam a lógica cartesiana.

EXPLICAÇÂO PSICANALÍTICA:

Em termos freudianos, poderiamos estar sendo atraídos, via
inconsciente, por situações onde repetimos padrões, ou talvez
fazermos uma leitura particularmente intensa de situações bem
cotidianas, quando elas nos evocam padrões inconscientes. Assim,
dentre milhôes de imagens cotidianas, números vistos, pessoas,
assimiladas e deletadas sem maior significado aparente, o
inconsciente escolheria justamente aquelas com as quais fizesse
associações, dando uma falsa impressão de coincidência - quando o que
pode estar sendo repetido é, no máximo, um padrão do observador.

EXPLICAÇÂO JUNGUIANA:

Mas há casos cuja complexidade desafia esta visão mais racional, ou
pelo menos nos faz especular sobre uma natureza muito
mais "transpessoal" para esse elemento quase externo (à consciência,
é claro) que chamamos de "inconsciente".

Carl G Jung, sucessor e dissidente de Freud, possui uma abordagem
melhor. Para junguianos, os deja-vu estão intimamente ligados às
sincronicidades (coincidências significativas), e ambos implicam em
não termos pleno conhecimento da realidade.

Deja-vus, sincronicidades, significados simbólicos e pequenas
previsões em sonhos são acontecimentos notados e relatados
empiricamente por milhões. Porém, segundo Jung, não são adequadamente
tratados por nossa ciência já que a mesma se baseia sempre em
experimentos causais (reproduzíveis), enquanto deja-vus e
sincronicidades são "acontecimentos que se relacionam não por relação
causal, mas por relação de significado".

SOMBRAS DA CAVERNA

Fatos assim nos levam a questionar o tempo/espaço, e/ou a natureza
coletiva do inconsciente. Para Platão, a "realidade" que percebemos
são como as sombras em uma caverna, que nos dão idéias do movimento,
mas não nos permitem compreendermos a verdadeira natureza e dimensão
do que é observado. Para os quânticos, o tempo pode ser relativo, e a
matéria também. Para os hindus, vivemos em "Maya", uma ilusão
sensorial, e sequer o tema é o que parecer. Vem daí o fundamento de
filmes como Matrix.

VISÃO ESPIRITUALISTA:

Em uma abordagem transpessoal, não entramos na discussão da natureza
do que chamamos de inconsciente. Se para os fenômenos freudianos sua
origem pode se situar nos domínios neurológicos, e em Jung este
parece pelo menos envolver um sentido coletivo, podemos extender este
conceito para abranger (ou pelo menos não descartar) as possíveis
causas espirituais, paranormais ou teológicas que muitos apontam, uma
vez que ao chamarmos de "inconsciente" admitimos não termos
consciência de sua natureza. Assim, as "sombras" de Platão podem,
pelo menos em parte, ser oriundas do que relatam como "mundo
espiritual", e em havendo inteligências extra-físicas e/ou coletivas,
não podemos descartar sua influência nas escolhas e percepções que
psicanaliticamente classificamos como "inconsciente".

MINHA VISÃO

A minha visão particular possui embasamento pós-junguiano,
transpessoal, com conhecimento psicanalítico, quântico,
espiritualista - e, principalmente, grande massa de observação
empírica e profunda de sonhos, próprios, de pacientes e de membros de
comunidades que possuo com mais de 50.000 pessoas relatando os seus.

Dentre outros motivos, tenho certeza que em mim a principal causa de
deja vus são sonhos esquecidos, quase premonitórios.

Como anoto os sonhos, que são depois esquecidos, tenho certeza de que
muita coisa dos sonhos aparece, ainda que figuradamente, nos dias ou
meses seguintes.

Ao contrário da maioria dos espiritualistas e/ou místicos, no meu
caso não creio (com base no que observo) que isso ocorra para
profecia ou previsão, nem tampouco que seja algo de "paranormais".

Ao contrário, a observação me sugere que estas "futuras
coincidências" são utilizadas no sonhos de hoje como se o
inconsciente (seja lá o que ou quem for isso) criasse metáforas
psicanalíticas com eventos menores futuros - do mesmíssimo modo que
sabidamente as cria com fatos do dia anterior, com complexos da
infância ou mesmo (junguianamente demonstrando) com símbolos e mitos
do inconsciente coletivo.

Quando enfim ocorre o fato previamente sonhado e anotado, tenho
um "deja vu". Quanto mais forte a lembrança do sonho, mais se parece
com uma sincronicidade, dando uma estranha (e lúcida) percepção
da "realidade" (seja lá o que isso for).

Como anoto muito os sonhos, faço muitas leituras psicanalíticas e
simbólicas do cotidiano, e estou atento a esta possibilidade de
questionamento do tempo-espaço-realidade, parece que percebo vários
deles, em volume maior que a média. Falo disso bastante nos cursos,
chegando a conclusões no mínimo assustadoras, capazes de mudar a vida
das pessoas, já que parecem (na prática) envolver futuro e co-criação.

Já em outros casos como esse, esqueço do sonho, que se vai na memória
de curto prazo - mas fica para sempre nas anotações. Passadas semanas
ou meses, tenho um "deja vu", e só depois leio no caderno que havia
sonhado com aquilo, figuradamente ou não, há mais tempo atrás.


Lázaro Freire
Terapeuta Transpessoal, com abordagem Junguiana / Psicanalítica /
Espiritualista

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