sábado, abril 22, 2006

A PONTUAÇÃO É TUDO!

Um homem rico estava muito mal. Pediu papel e pena. Escreveu assim:

"Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do
padeiro nada dou aos pobres."

Morreu antes de fazer a pontuação... A quem deixava ele a fortuna? Eram quatro
concorrentes!

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta
do padeiro. Nada dou aos pobres.

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:
Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa à sua sardinha:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta
do padeiro. Nada dou aos pobres.

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta
interpretação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta
do padeiro? Nada! Dou aos pobres.

Assim é a vida! Nós é que colocamos os pontos. E isso faz a diferença!

segunda-feira, abril 17, 2006

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Eu tive um excelente resultado!

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quarta-feira, abril 12, 2006

A DESCOBERTA DO DÉCIMO PLANETA
Muito além de Plutão
Fernando Fernandes

A surpreendente descoberta de um planeta nos confins do Sistema Solar, uma vez e meia maior que Plutão, reacende a discussão sobre o esquema de regências. Touro, Libra, Gémeos e Virgem são os candidatos a ganhar um novo regente.

Os fatos, do ponto de vista astronómico
O corpo celeste se encontra a 14,5 biliões de quilómetros do Sol, três vezes mais que a atual distância de Plutão.
No gráfico, a localização do novo planeta é identificada pela seta amarela. Ele está nas proximidades da estrela Baten-Kaitos, da constelação de Cetus.
Um grupo de astrónomos anunciou em Los Angeles a descoberta de um novo
planeta maior do que Plutão. O planeta é o corpo celeste mais distante do Sistema Solar, encontrando-se a aproximadamente 14,5 bilhões de quilómetros do Sol, três vezes mais do que a distância atual de Plutão ao Sol. Segundo o astrónomo Michael Brown, do Caltech - Instituto de Tecnologia de Califórnia, trata-se do primeiro objecto confirmadamente maior do que Plutão no Sistema Solar exterior.
Brown definiu o objecto como o décimo planeta do Sistema Solar, se bem que a descoberta veio renovar a discussão sobre o que é realmente um planeta e se Plutão pode ser enquadrado nesta categoria. Em outras palavras: o corpo recém-descoberto pode levar os astrónomos a "desbancar" Plutão, que corre o risco de ser reclassificado como planetóide.
Os astrónomos ainda ignoram o tamanho exacto do novo planeta, se bem que seu brilho indique que, no mínimo, é equivalente a Plutão, podendo chegar, provavelmente, a uma vez e meia o tamanho deste.
Brown propôs à União Astronómica Internacional um nome para o novo planeta. Contudo, negou-se a revelá-lo até que o nome seja aprovado. Por enquanto o objeto é identificado pela nada estimulante denominação de 2003UB313.
Segundo Michael Brown, o décimo planeta estará vísivel para os astrónomos durante os próximos seis meses.
O objecto foi fotografado pela primeira vez em 2003 por Brown e seus colegas Chad Trujillo, do Observatório Gemini, e David Rabinowitz, da universidade de Yale. A foto foi obtida com o uso de um telescópio de 1,2 metros de diâmetro no Observatório de Palomar. Todavia, o planeta se encontra tão afastado que seu movimento não foi detectado até que os dados passaram por uma reanálise em Janeiro de 2005. Trata-se de um corpo celeste rochoso e gelado, tal como Plutão. Os astrónomos ainda necessitam de pelo menos seis meses para determinar seu tamanho exacto.
Outros objectos celestes já haviam sido descobertos no Cinturão de Kuiper, um disco de asteróides e restos gelados que se estende para os confins do Sistema Solar além da órbita de Neptuno. Alguns objectos, tão logo foram descobertos, chegaram a ser dados apressadamente como planetas, como Quaoar e Sedna (este último em Março de 2004), mas suas dimensões permitem considerá-los apenas como planetóides ou asteróides. Desta vez, porém, não há dúvida: as dimensões do novo objecto não permitem outra classificação senão a de planeta, o que vem atiçando a imaginação de astrónomos e astrólogos.
Segundo os cientistas, o 2003UB313 passou despercebido por muito tempo porque sua órbita tem uma inclinação de aproximadamente 45 graus em relação ao plano em que os outros planetas giram em torno do Sol. Na verdade, simplesmente ninguém imaginava que pudesse haver algum planeta ali.
Segundo a Caltech, o 2003UB313 está 97 vezes mais distante do centro do Sistema Solar do que a Terra. Entretanto, tudo leva a crer que tal distância seja bastante variável, já que a órbita do novo corpo celeste parece ser pronunciadamente elíptica. O novo planeta dá uma volta ao redor do Sol a cada 560 anos (mais do dobro do tempo gasto por Plutão).

A questão da sincronicidade
No artigo Sedna, a Deusa Mutilada, publicada em Constelar n° 70
(abril/2004), dizíamos o seguinte: descobertas de corpos celestes costumam coincidir com a ampliação dos horizontes civilizatórios, como se cada novo planeta representasse a emergência de um novo processo na consciência humana.
Em seguida, naquele mesmo artigo, apresentamos um quadro que relaciona os eventos e processos sociais coincidentes com a afirmação do heliocentrismo e com as descobertas de Urano (1781), Netuno (1846), Plutão (1930) e dos planetóides Quaoar (2001) e Sedna (2004). Em relação a este último, verificou-se que a simbologia remete à questão dos oceanos como factor de equilíbrio da vida na Terra e da sustentabilidade do meio ambiente. Sedna foi descoberto enquanto transitava em Touro, signo relacionado à natureza e
compondo com Escorpião, seu oposto, o eixo da sustentação e da renovação dos recursos do meio ambiente. Além de Touro, Peixes também aparecia enfatizado, até pelo fato de Sedna ser uma deusa-mártir do fundo do oceano, segundo o mito esquimó.
Teria sido por acaso que alguns meses após a descoberta de Sedna a Terra foi sacudida pelo pior desastre natural dos últimos séculos? Falamos, é claro, do tsunami do Oceano Índico, que ceifou mais de 300 mil vidas. Não há aqui nenhuma intenção de atribuir a Sedna a responsabilidade pelas ondas gigantescas. Não se trata de uma relação de causa e efeito, mas apenas de sincronicidade: o mundo acorda para a dramática realidade da degradação ambiental no mesmo momento em que descobre um novo corpo celeste cuja simbologia aponta exactamente para esta questão.
A descoberta de 2003UB313, o décimo planeta, também carrega alguns fortes elementos simbólicos cuja plena compreensão provavelmente só teremos quando o nome do novo habitante do Sistema Solar for revelado. Já há, contudo, algumas pistas. O anúncio oficial da existência do 2003UB313 ocorreu em Julho de 2005, quando esse lentíssimo corpo celeste transitava em algum ponto entre 21°06' e 22°05' de Áries (as primeiras efemérides sobre o décimo planeta ainda são ligeiramente contraditórias). Do ponto de vista astronómico, o novo planeta não se encontra na constelação de Áries, mas sim na de Cetus, na região do equador celeste e vizinha de Áries e Peixes, ligeiramente ao sul da faixa zodiacal.

terça-feira, abril 11, 2006

domingo, abril 09, 2006

A PROPÓSITO DE FUMAR EM RESTAURANTES...
A existência de salas para fumadores nos restaurantes tem tanto sentido como haver um canto na piscina para os que gostam de fazer chichi na água.
Um californiano na Antena 1.

domingo, abril 02, 2006


TOQUE ZEN

Sincronicidade: As Coincidências Significativas

Definida por Carl G. Jung como uma coincidência significativa para uma das partes envolvidas no evento, a sincronicidade deve ajudar o indivíduo a entender as histórias que ele vive cotidianamente.

Robert H. Hopcke
O texto a seguir é um excerto do capítulo I do livro Sincronicidade - Ou Por Que Nada É Por Acaso, publicado no Brasil pela Editora Nova Era. Tradução: Lygia Itiberê da Cunha.

Carl G. Jung, cujo livro Sincronicidade: Um Princípio Casual de Conexão foi publicado em 1952, inventou o termo "sincronicidade" e lançou-o na linguagem psicológica, o qual foi rapidamente adotado pela cultura popular. Como muitas das idéias que incendeiam a imaginação popular, a noção de Jung de coincidências significativas não era nem nova nem única, mas o crédito de Jung é que o seu enfoque dos acontecimentos sincronísticos nos permite vê-los de uma forma mais clara e prática.

Filho de um ministro evangélico e de uma mãe com um psiquismo diferente, talvez com tendências psicóticas, Jung seguiu um caminho de vida nada incomum para um filho de pastor. Profundamente religioso, Jung no entanto repetida e explicitamente rejeitou as religiões organizadas com suas teorias dogmáticas e espiritualidade institucionalizada, e sua escolha pela carreira de psiquiatra, como descreve sua autobiografia Lembranças, Sonhos, Reflexões, tem muito a ver com a crise de fé de seu pai. Por causa de seu passado, Jung se dedicou, durante sua longa carreira, a entender o que Heráclito chamou de "fronteiras da alma", usando as ferramentas da moderna psicologia. Ele aplicava constantemente métodos científicos para examinar os assim chamados fenômenos "irracionais" e para elucidar o significado psicológico e a função dessas experiências na vida humana - experiências paranormais, percepções extra-sensoriais, ÓVNIS, psicocinética e afins. Sua tese de doutorado, por exemplo, chamada "Sobre a Psicologia dos Chamados Fenômenos Ocultos", tentava trazer uma explicação psicológica racional para as habilidades mediúnicas de uma mulher cujos estados de transe, comportamento automático e habilidades psicocinéticas eram notáveis.

A utilização por Jung de métodos científicos para dar sentido aos fatos que muitos rejeitam como sendo fantásticos, sem sentido, ou, pior, perturbações, era vista pela instituição psicanalítica de seu tempo como um sinal da sua tolice e excentricidade, pois a pesquisa no campo da psicologia acadêmica era (e ainda é) organizada seguindo linhas estritamente comportamentais ou cognitivas. Quando as teorias psicanalíticas de Freud começaram a desafiar essa visão mecânica da psicologia colocando tais eventos como resultado de processos e conflitos inconscientes, Jung inicialmente gravitou em torno dessa nova maneira de pensar. Porém, depois de discordar de Freud sobre o papel da sexualidade e a natureza do inconsciente, Jung se encontrou novamente excluído e isolado, enquanto os psicanalistas freudianos ganhavam terreno na Europa e nos Estados Unidos.

Mesmo hoje, equívocos a respeito do interesse de Jung em fenômenos como sincronicidade levam muitos a ter uma visão depreciativa de seu trabalho, desvalorizando-o como mero misticismo com roupagem psicanalítica ou como resultado de seu auto-indulgente subjetivismo. O que é freqüentemente mal-compreendido é que Jung sempre se aproximou de fenômenos como fantasmas, astrologia e sincronicidade não de uma forma simplista, crédula, mas, ao contrário, sob o ponto de vista mais objetivo e racional possível. Sua intenção em seus estudos sobre esses fenômenos foi sempre perguntar: "Quais são as condições psicológicas internas, tanto conscientes quanto inconscientes, para que nossa experiência externa seja afetada de maneira tão inesquecível e transformadora?" Ao contrário de muitos, nos dois lados dessa discussão, Jung tentava examinar esses fatos sem prejulgá-los como ridículos ou aceitar de imediato que a forma mais literal de entendê-los era a verdade absoluta.

Ao longo de minhas pesquisas, percebi que várias pessoas ficam confusas a respeito do que realmente é sincronicidade ou não. Talvez seja melhor, portanto, começar com a simples definição do conceito como Jung o desenvolveu, como uma "coincidência significativa". O problema dessa simplicidade, no entanto, é que, se você procurar no dicionário a definição da palavra "coincidência", encontrará algo do gênero "seqüência acidental de fatos ocorridos simultaneamente ou no mesmo período de tempo". Infelizmente, essa definição árida deixa de fora a forma como geralmente empregamos a palavra, o que faz toda diferença do mundo.

Se estou, por exemplo, datilografando esta frase e um passarinho entra pela janela, segundo o dicionário, isto é uma coincidência - uma seqüência acidental de fatos ocorridos com proximidade temporal. A maioria das pessoas, no entanto, não chamaria esse fato de "coincidência". Por outro lado, se estou datilografando esta frase e uma amiga telefona e me diz que ela também está em meio a uma tentativa de escrever uma definição de sincronicidade para um artigo seu, a maioria das pessoas chamaria isso de uma coincidência muito interessante. Porém, se você soubesse que minha amiga e eu havíamos combinado na noite anterior de passarmos uma hora durante essa tarde tentando escrever uma definição de sincronicidade, o fato de estarmos os dois fazendo a mesma coisa ao mesmo tempo já não seria mais tanta coincidência, seria? Em outras palavras, a mera ocorrência simultânea de dois ou mais fatos não nos leva a chamar algo de "coincidência", mesmo que o dicionário o faça. Ao contrário, no uso popular o termo coincidência é uma seqüência de fatos que acontecem proximamente, que são ligados uns aos outros e que são relacionados entre si pelo acaso através de uma similaridade notável.

Muito embora isso não exprima exatamente a forma como usamos a palavra "coincidência", pois se minha amiga me ligar às seis da tarde para dizer que está fazendo o jantar, para me ouvir responder que estou fazendo exatamente a mesma coisa em minha casa, a maioria das pessoas provavelmente não considera isso uma coincidência, pelo simples fato de que a maioria das pessoas possivelmente estará preparando seu próprio jantar por volta dessa hora do dia. Em outras palavras, a definição do dicionário da palavra coincidência também diz que uma coincidência é uma seqüência incomum de acontecimentos simultâneos que têm algum tipo de relação entre si. Coincidências são, como geralmente usamos a palavra, ocorrências extraordinárias.

Definindo sincronicidade, Jung deu ainda um outro passo. Coincidências - acidentais, porém seqüências de fatos incomuns relacionados entre si - acontecem de vez em quando para todas as pessoas, mas essas coincidências não são necessariamente muito significativas. Se, de fato, a amiga que está escrevendo seu artigo sobre sincronicidade é alguém cujo interesse nesses tópicos espelha os meus e isso é parte das razões pelas quais somos amigos, pode ser muito interessante que ela esteja coincidentemente envolvida em escrever o mesmo assunto que eu, mas a coincidência não teria necessariamente qualquer significado além do fato de ter acontecido. Porém, se enquanto eu estava escrevendo me sentia muito isolado, pensando comigo mesmo que ninguém sabe ou sequer se importa com sincronicidade, uma amiga liga para dizer que também ela está escrevendo sobre sincronicidade nessa mesma tarde, bem, só a partir de então a coincidência tem um significado considerável para mim, e pode muito bem ter um efeito significativo na forma como me vejo e na minha maneira de escrever. Isso seria então o que Jung viria a chamar de "sincronicidade", ou, simplesmente, uma coincidência significativa.

Surge então a pergunta: o que exatamente quer dizer "significativo"? Longe de estar filosofando inutilmente, é importante fazer esta pergunta imediatamente não só porque é crucial para a definição do conceito de sincronicidade de Jung, mas porque, sem aceitar que a sincronicidade se refere ao significado subjetivo dos fatos para os indivíduos envolvidos, muitos leitores vão achar que as histórias que se seguem não têm nenhum significado real. Contando certas histórias para algumas pessoas, percebi que a mesma história que pode provocar excitação, interesse e admiração em alguns pode provocar um tedioso "Grande coisa!" ou "Quem se importa?" em outros. O que provoca essa diferença?

Por que, por exemplo, vou ao cinema com uma amiga e ela sai em lágrimas enquanto eu acho o mesmo filme ridículo e sentimental? O que torna uma coisa significativa para uma pessoa e sem sentido para outra?

Quando dizemos que algo é significativo para nós, geralmente estamos indicando uma de duas coisas: ou estamos dizendo que algo tem importância para nós por causa de certos valores que carregamos (em outras palavras, significa algo porque é valioso para nós), ou estamos dizendo que algo nos causou um impacto significativo - quer dizer, significa algo porque afetou nossas vidas de maneira fundamental. Obviamente, um acontecimento pode também ser significativo em ambos os sentidos.

Portanto, um evento sincronístico é uma coincidência que carrega um significado subjetivo para a pessoa envolvida, e como todas as coisas subjetivas, o que para uma pessoa pode ser significativo - quer dizer, valioso e/ou significativo por seu efeito - outra pode muito bem achar sem sentido. Um exemplo perfeito desse aspecto de sincronicidade foi um incidente que aconteceu com minha amiga Jill. Jantando em um restaurante movimentado, ela se sentou perto de um homem que contava animadamente ao seu companheiro de jantar a história de dois amigos seus que estavam tendo casos extraordinários com as irmãs um do outro. Ele não sabia, é claro, que a estranha perto dele, minha amiga Jill, também conhecia as pessoas de quem ele estava falando. No final dramático da história, ele se recostou com imensa auto-satisfação e disse ao seu companheiro, retórica e rebuscadamente, para finalizar a fofoca: "E você não vai adivinhar nunca com quem ele está saindo agora!" Ao que Jill não pôde resistir e se inclinou na direção e concluiu por ele, dizendo: "A prima de Mimi!"

O homem ficou boquiaberto; que experiência deve ter sido para ele quando uma completa estranha, surgindo do nada, num restaurante público, finalizou sua narrativa! Mas para Jill, que não tinha nenhum investimento emocional, como ele tinha feito ao contar esta suculenta história de casamento e traição, era simplesmente uma coincidência engraçada. Na verdade, os dois viveram a mesma experiência, mas o que era para Jill uma piada engraçada pode muito bem ter sido vivido como uma incrível sincronicidade pelo homem cuja história ela terminou, contendo uma importante lição sobre contar histórias íntimas de forma indiscreta em um lugar público. As muitas histórias que já ouvi me lembram sempre como um mesmo incidente, acontecido com duas pessoas, pode muito bem gerar duas experiências completamente diferentes, uma sincronística e significativa, outra não. Esta subjetividade torna fácil ridicularizar, menosprezar e fazer graça das ocorrências sincronísticas dos outros.

Além disso, veremos que a descrição sincronística se aplica a uma larga escala de coincidências significativas. Em algumas coincidências, a extrema improbabilidade do evento e o fantástico paralelo entre estado interior e ocorrência externa será sua característica mais notável. Esses tipos de eventos sincronísticos geralmente provocam uma sensação de "Ah!" a respeito deles. Em outras coincidências significativas, pode levar muito tempo até que o significado do que aconteceu fique claro, ou você pode perceber que o significado de um evento pode desenrolar devagar através do tempo. Esses tipos de sincronicidade provocam mais de uma sensação "Ah, agora entendi.". Em alguns casos o acontecimento externo ocorre primeiro e o significado subjetivo, interior, vem em seguida. Em outros, a coincidência significativa é entre uma imagem interior, como um sonho, e um acontecimento externo, subseqüente. Em todos os vários eventos sincronísticos, contudo, o princípio de ligação interior e exterior é o significado do acontecimento para as pessoas envolvidas.

Algumas pessoas, geralmente indivíduos analiticamente orientados, podem ficar absortos tentando decidir se algo é ou não sincronicidade: encaixa-se na definição? Vai de encontro aos critérios? Gostaria de enfatizar que o conceito de sincronicidade é mais bem usado como uma ferramenta do que como um fim em si. Assim como as idéias a respeito do que constitui uma verdadeira obra de arte, pode-se tranqüilamente se envolver em indagações estéreis, sobre se isto ou aquilo é realmente sincronístico, especialmente porque em todos os eventos sincronísticos, como na obra de arte, está envolvida considerável dose de subjetividade.

Sem dúvida, o melhor uso do conceito é um que seja exploratório e provocador. A idéia de que um acontecimento pode ser sincronístico dá a você uma perspectiva diferente do fato, aprofunda sua compreensão do mesmo ou intriga você o suficiente para olhar além do que aconteceu? Se for assim, então, a idéia proposta por Jung serviu aos seus mais altos propósitos e ao propósito para o qual este texto foi escrito - para ajudar pessoas a verem o significado das histórias que estão vivendo a cada dia.

As Bases da Sincronicidade

Mesmo que a sincronicidade seja uma idéia que existe desde a origem da cultura humana, a contribuição de Jung foi sua observação de que a confluência especial de acontecimentos, para a qual ele empregou o termo "sincronicidade", quase sempre tem três características distintas, às quais minhas próprias experiências e pesquisas me levaram a acrescentar mais uma. Portanto, esses acontecimentos que estamos chamando de sincronísticos geralmente têm quatro características.

Primeiro, esses acontecimentos são ligados pela casualidade, em vez de ligados através de uma corrente de causa e efeito que um indivíduo pode distinguir como intencional ou deliberada de sua parte. Segundo, esses acontecimentos são sempre acompanhados de uma profunda experiência emocional, geralmente na hora do acontecimento em si, porém nem sempre. Terceiro, o conteúdo de uma experiência sincronística, o que o acontecimento é realmente, é sempre de natureza simbólica, e quase sempre percebi, em relação ao quarto aspecto especificamente, que essas coincidências ocorrem em momentos de importantes transições em nossas vidas. Um evento sincronístico geralmente se torna um momento de virada na história de nossas vidas.

COINCIDÊNCIA
A palavra coincidência seria quase uma conspiração de improbabilidades.
Várias coisas conspiram, ocorrem ou ocorreram ao mesmo tempo. O próprio incidente tem significado especial para a pessoa. É freqüente ter uma natureza simbólica; há sempre algo mais profundo do que o próprio incidente. Causa uma emoção intensa por quem passa pela experiência; às vezes transforma totalmente a vida da pessoa.
Se prestar atenção a essas conspirações, verá que elas são "dicas", são mensagens do mundo e assim poderíamos participar conscientemente da criação de nosso próprio destino.
CONSCIÊNCIA
Uma grande história zen diz que havia dois estudantes observando uma bandeira. O primeiro dizia: - olha, a bandeira está se movimentando. O segundo diz: - não, o que está em movimento é o vento. Chega o professor e eles perguntam: - o que está se movendo é o vento ou a bandeira? E o professor diz: - nem o vento, nem a bandeira. O que se move é a consciência.
O UNIVERSO NUM PONTO
No nível da realidade quântica, a informação está embebida em energia. Ao nível quântico tudo é indivisível. Não há separação entre mim e você porque somos todos parte do vasto universo de informação e energia. Neste exato momento, se pegássemos um pedacinho do espaço quântico aqui entre meus dedos, teríamos o universo inteiro. Toda a energia e informação está bem aqui, nesse ponto entre meus dedos. Notícias da televisão estão passando aqui agora, por exemplo. Você não pode ver apenas porque não tem os instrumentos certos. Mas está tudo aqui, só que em diversas freqüências.
CÉREBRO
Apenas por um momento, feche os olhos. Agora pense no seu quarto. Veja sua cama, as paredes. Agora abra os olhos. Você viu seu quarto, claro. E assim que você viu essa imagem, um feixe de fótons, luz, acendeu em seu cérebro. Mas antes de pedir que você visse essa imagem, onde ela estava? Onde está a memória até o momento que decidimos lembrar? A memória não está no cérebro como tanta gente diz. As pessoas dizem isso porque se alguém tem um derrame pode perder a memória. Mas hoje os mais brilhantes cientistas do mundo estão afirmando que a memória não está no cérebro. O cérebro é apenas um harware, como um rádio. Não há prova cientifica de que o cérebro produza pensamentos. Ele os decodifica. O que ensinam as grandes escolas espirituais é que o pensamento vem da alma, do verdadeiro eu. Para além dos olhos da carne e dos olhos da mente estão os olhos da alma. É aí que temos memória, insights, imaginação, entendimento, intenção, curiosidade, sabedoria, criatividade. Hoje alguns cientistas começam a descrever esse domínio, que chamaremos de realidade virtual. É aí que estava o pensamento, antes de você tê-lo tido.
REALIDADE VIRTUAL
A realidade virtual é imortal. E infinitamente correlacionada. É o software do universo. Esse nível de realidade é silencioso. A mente está sempre falando, mas aqui há silencio profundo. É eterno, porque nunca morrerá porque nunca nasceu, sempre esteve lá. Não tem energia, mas toda energia vem daí. Esse nível de realidade não tem tempo, é a criatividade infinita, o potencial infinito. Esse nível de realidade tem um infinito poder de organização. Esse nível de realidade é a nossa própria alma.
A ORDEM NÃO MANIFESTA
O tempo linear é a forma da natureza não nos deixar experimentar tudo ao mesmo tempo. Mas há um mundo não manifesto onde tudo - passado, presente e futuro - está contido. Imagine que está lendo um livro, na página 70, e ele é uma história sobre você. Vai para a página 22 é a história também é sobre você, só que no passado. Na página 130 a história continua sendo sobre você, porem no futuro.
Você é que está lendo essa página agora. É assim que funciona a realidade. Volta e meia acessamos esse mundo não manifesto. Se a informação vem do passado, dizemos: oh, é das vidas passadas; se vem do futuro, dizemos: - oh, é uma profecia, uma clarividência. São palavras para descrever o que o poeta Rumi já disse de outra forma: " O mundo real está atrás das cortinas; na verdade não estamos aqui, esta é a nossa sombra. A experiência do amor não só como sentimento, mas como verdade maior da criação, o êxtase que vem daí, nos traz à memória da ordem submanifesta do ser, de toda a mágica da vida".
Deepak Chopra